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Mercados internacionais fecham sem sentido único com novo capítulo da tensão EUA-China

Na noite de quinta, Trump emitiu ordens determinando que as transações do país com as empresas chinesas donas do WeChat e TikTok sejam interrompidas em 45 dias

7 ago 2020 - 07h10
(atualizado às 18h37)
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O investidor ficou atento nesta sexta-feira, 7, ao mais recente capítulo das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que agora recai também sobre populares aplicativos chineses. Além disso, também chamou a atenção o impasse entre o governo americano e os democratas para a aprovação do pacote de ajuda trilionário. Com isso, as Bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em queda, mas Nova York e Europa conseguiram encerrar com algum ganho.

Na noite de quinta-feira, 6, o presidente dos EUA, Donald Trump, emitiu ordens executivas determinando que transações do país com as empresas chinesas Tencent e ByteDance - controladoras dos aplicativos WeChat e TikTok, respectivamente -, sejam interrompidas em 45 dias. Recentemente, a Microsoft expressou interesse em comprar as operações americanas da TikTok.

Investidores na Ásia também aguardam o desfecho de negociações no Congresso americano para o lançamento de um novo pacote fiscal de US$ 1 trilhão nos EUA, em reação à crise do coronavírus. Hoje, o líder do partido democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que a reunião com os republicanos foi 'desanimadora'. Nesse cenário, o secretário de tesouro americano, Steve Mnuchin, disse que recomendou a Trump que passe o pacote por meio de decretos, considerada uma decisão mais brusca.

Bolsas da Ásia

O aumento das tensões ganhou todo o espaço do mercado asiático, com os índices chineses Xangai Composto e Shenzhen Composto cedendo 0,96% e 1,38% cada. Em Hong Kong, as ações da Tencent, dona do WeChat sofreram um tombo de 5,04%, enquanto o índice local caiu 1,6%. O japonês Nikkei caiu 0,39%, o Taiex registrou baixa de 0,66% em Taiwan, mas o sul-coreano Kospi avançou 0,39%. Na Oceania,a Bolsa australiana recuou 0,62%.

Com o novo desdobramento das complicadas relações sino-americanas, os últimos números da balança comercial chinesa ficaram em segundo plano. As exportações da China surpreenderam positivamente em julho, com expansão anual de 7,2%, bastante superior ao leve ganho de 0,1% esperado por analistas. Por outro lado, as importações tiveram queda anual de 1,4% no último mês, contrariando expectativas de alta de 1%.

Bolsas da Europa

A Europa não se deixou afetar pelas tensões entre as duas potências e mirou apenas nos dados positivos, como o crescimento de maio para junho da produção industrial da Alemanha, que superou as expectativas e cresceu 8,9% no período. Além disso, segundo o Destatis, as exportações no país saltaram 14,9% na mesma base comparativa.

Por lá, o Stoxx 600 teve alta de 0,29%. As Bolsas de Londres e Paris tiveram ambas leve alta de 0,09% e a de Frankfurt avançou 0,66%. Milão e Lisboa subiram 0,21% e 0,25% cada, mas Madri recuou 0,11%.

Bolsas de Nova York

Pela manhã, o 'payroll' do Departamento do Trabalho dos EUA revelou que a economia americana gerou 1,763 milhão de empregos no mês passado, o que derrubou a taxa de desemprego a 10,2%. A mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast apontava para a geração de 1,5 milhão de postos de trabalho.

No entanto, o dado não impediu um pregão tenso em Nova York, com alguns índices invertendo o sinal apenas no final do pregão, comemorando a possibilidade de que os decretos para liberar os incentivos de US$ 1 tri estejam prontos já no final de semana para assinatura. Com isso, Dow Jones teve alta de 0,17% e S&P 500 subiu apenas 0,06%. O Nasdaq chegou a limitar as perdas com a notícia, mas fechou com queda de 0,87%, de olho no impasse entre o governo e os aplicativos chineses.

Petróleo e ouro

Os petróleo fechou em queda nesta sexta, mesmo com a retomada da produção industrial alemã e o aumento das importações e exportações na China. Como era de se imaginar, o aumento das tensões entre Estados Unidos e China contaminou o mercado e o Brent, referência no mercado europeu, caiu 1,53%, a US$ 44,40, enquanto o WTI, referência no mercado americano, recuou 1,74%, a US$ 41,22.

Nesta sexta, o contrato futuro mais líquido do ouro fechou o pregão desta sexta-feira em baixa, com realização de lucros após as altas recentes e pressionado pela força do dólar, mas registrou ganhos na semana e se manteve acima dos US$ 2.000 a onça-troy./COLABOROU MAIARA SANTIAGO

Estadão
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