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Inverno das startups: será que isso realmente aconteceu?

Depois de um excesso de liquidez e valuations inflados, a palavra “layoff” foi o que esteve na moda

4 dez 2023 - 06h15
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Foto: Adolfo Félix / Unsplash

O ecossistema das startups é conhecido por suas oscilações. Às vezes, ele está em pleno verão, com investimentos em alta, inovações sendo constantemente lançadas e histórias de sucesso que inspiram empreendedores em todo o mundo. 

No entanto, assim como as estações do ano, também existem períodos de inverno, quando os investimentos encolhem, o entusiasmo diminui e as startups enfrentam desafios significativos. Mas será que realmente aconteceu um inverno das startups?

Podemos dizer que sim, aconteceu e bem forte! No contexto de empresas notáveis por sua capacidade de expandir rapidamente, o período de desafios foi mais prolongado do que apenas três meses, e até mesmo bastante severo. Enquanto 2021 testemunhou um crescimento exponencial, com a criação de dois 'unicórnios' por dia, impulsionados por investimentos de capital de risco, 2022 se caracterizou por uma notável desaceleração. 

Segundo Crunchbase Unicorn Board, em julho de 2023, o número de empresas que atingiram uma avaliação de mercado de US$ 1 bilhão havia diminuído para apenas duas por mês.

Depois de um excesso de liquidez e valuations inflados, a palavra “layoff” (as demissões em massa) foi o que esteve na ‘moda’. Além de ser outro sintoma do inverno das startups, no ano passado, segundo a layoffs.fyi, plataforma online que indexa empresas de todo o mundo com colaboradores em layoff, 1060 companhias foram afetadas e quase 165 mil pessoas desligadas dos empregos. Já em 2023, essa tendência segue forte.

Período de primavera?

Mas se passamos por tempos frios, estamos retomando com a primavera das startups! Especialmente para investimentos em fase pré-seed e seed, o momento é de retomada de captação, novos Corporate Venture Capital (CVC) surgindo e injetando capital no mercado e um aumento de notícias de M&A's entre startups. 

Com a ascensão da Inteligência Artificial (IA) nos últimos meses, o setor de tecnologia voltou a ganhar fôlego. Estamos vivendo uma empolgação com a IA. Nos últimos anos vimos a ascensão e queda de criptos, web3 e metaverso. E se por acaso não for esta a tendência da próxima década, certamente será outra, mas sempre haverá constante inovação. 

De acordo com o PitchBook, que trabalha com pesquisa e dados financeiros, os investidores de capital de risco injetaram US$ 10,7 bilhões em startups de IA generativa no primeiro trimestre deste ano.

De 13 negócios de IA generativa que já alcançaram o posto de unicórnio, cinco foram em 2023. O número representa um aumento de treze vezes em relação ao mesmo período do ano passado. 

Nas últimas semanas, inclusive, tivemos o maior aporte recebido por uma startup em 2023: a QI Tech, fintech que permite que qualquer empresa ofereça serviços financeiros aos clientes, captou R$ 1 bilhão em uma rodada da Série B. 

Sinal positivo para o nosso mercado. Lembrando que o  Brasil tem grande extensão territorial, fontes renováveis de energia, posição geográfica interessante e alianças estratégicas, todos os ingredientes para liderar os próximos movimentos e alcançar o polo de inovações.

(*) Amure Pinho é investidor-anjo em mais de 48 startups e fundador do Investidores.vc, plataforma de investimento em startups que já investiu mais de R$ 28 milhões nos últimos anos. 

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