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Indústria do Brasil cresce mais que o esperado em abril, mas greve vai pesar à frente

5 jun 2018 - 10h04
(atualizado às 10h40)
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A produção industrial do Brasil iniciou o segundo trimestre com alta acima do esperado devido ao forte desempenho nos setores de biocombustíveis e automóveis, sinal de fôlego que está em risco após a greve dos caminhoneiros que afetou a economia nas últimas semanas.

Funcionário trabalha em fábrica automobilística em São Bernardo do Campo, São Paulo 13/08/2013 REUTERS/Nacho Doce
Funcionário trabalha em fábrica automobilística em São Bernardo do Campo, São Paulo 13/08/2013 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

Em abril, a produção da indústria cresceu 0,8 por cento sobre março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, melhor resultado desde dezembro (+2,9 por cento) e acima da alta de 0,5 por cento esperada em pesquisa da Reuters com analistas.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve aumento de 8,9 por cento, também melhor do que a expectativa de alta de 7,7 por cento e o resultado mais forte desde abril de 2013 (+9,8 por cento).

"(Abril) foi o primeiro bom resultado de 2018, mas não é suficiente para voltar ao patamar do fim do ano passado", afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo. "A greve dos caminhoneiros significa que afeta o processo e o ritmo de produção. Ela vai afetar negativamente, mas o tamanho do reflexo ainda não sabemos."

O destaque em abril foi o aumento de 5,2 por cento na produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Isso porque as usinas do país, segundo o IBGE, deram preferência pela fabricação do etanol em detrimento do açúcar.

Também ajudou o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, com aumento de 4,7 por cento, terceiro mês consecutivo de ganhos.

Entre as categorias econômicas, a fabricação de consumos duráveis avançou 2,8 por cento no mês, enquanto a de bens de capital --uma medida de investimento-- subiu 1,4 por cento.

No primeiro trimestre, a indústria cresceu 0,1 por cento, colaborando para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil expandir 0,4 por cento sobre os três meses anteriores.

Mesmo com a inflação e os juros baixos, o cenário no Brasil é de confiança abalada, em um ano de eleição presidencial marcada por incertezas, economia instável, desemprego elevado e, mais recentemente, a greve de caminhoneiros que trouxe desabastecimento de forma generalizada.

"Não se pode imaginar uma nível maior de produção sem o mercado interno atuando de forma mais vigorosa. Isso é fundamental para o aumento do salário impactar o comércio e demandar a indústria", afirmou Macedo.

As contas sobre o crescimento da economia deste ano estão sendo reduzidas pelos analistas para em torno de 2 por cento, sobre cerca de 3 por cento esperados até pouco tempo atrás, e há quem fique ainda mais abaixo.

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