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Igualdade de gênero em Engenharia, Agronomia e Geociências

Especialista defende que o caminho é longo e árduo, mas já é possível perceber avanços.

9 mai 2022 - 04h00
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Foto: Adobe Stock

No Brasil, nos últimos tempos, acompanhamos o crescimento da presença feminina no mercado, possibilitando que elas ocupem postos e lugares que por muito tempo foram exclusivamente como masculinos. No entanto, a desigualdade de gênero continua sendo um desafio e, na área da Engenharia, Agronomia e Geociências, os números mostram bem este cenário desolador.

No ritmo atual, a igualdade de gênero no Brasil só deve ser atingida em 135,6 anos, de acordo com estudos de pesquisadores do Laboratório do Futuro da COPPE/UFRJ, que em parceria com o Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Portugal, estão realizando um levantamento inédito de iniciativas que favoreçam, no Brasil, a igualdade de gênero no mercado de trabalho e ensino superior nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM).

Os pesquisadores já identificaram que a participação de mulheres nessas áreas é bem pequena. No mercado formal, elas ocupam 31% das vagas de trabalho; e no ensino superior, a participação feminina é de apenas 29%. No setor de Engenharia, a discrepância é ainda mais acentuada. A participação feminina é somente de 26% nos diversos cursos de Engenharia; e no mercado de trabalho, os números são piores. As diferentes profissões da Engenharia só contam com 18%, em média, de participação feminina.

Em fevereiro último, o Sistema Confea/Crea atingiu a marca de 200 mil profissionais mulheres inscritas, incluindo engenheiras, agrônomas, geólogas, geógrafas e meteorologistas. Apesar do marco histórico, tal quantidade representa apenas 20% do total de 1 milhão de profissionais registrados, o que significa que os homens ainda são a grande maioria dos profissionais da Engenharia, Agronomia e Geociências.

Para Carmen Petraglia, Diretora do Crea-RJ e Coordenadora do Programa Mulher Crea-RJ, o caminho é longo e árduo, mas já é possível perceber avanços. "Em 2019, apenas 12% de mulheres compunham o plenário dos 27 Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas) em todo território nacional. Em 2020, esse percentual subiu para 14%. Acredito que já seja reflexo do Programa Mulher, lançado em 2019. A necessidade de reestruturação do cenário tecnológico brasileiro é um fato e no Programa Mulher, o tema Equidade de Gênero tem sido uma das pautas prioritárias", declarou.

Igualdade de gênero em Engenharia, Agronomia e Geociências:

Vale ressaltar que o Crea-RJ atua há quase 30 anos para dinamizar as políticas afirmativas de gênero e raça e minimizar as diferenças sociais. Hoje, o Crea-RJ tem 45% dos cargos de direção e chefia ocupados por mulheres e já foi agraciado com três prêmios "Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça" da extinta Secretaria de Políticas das Mulheres.

No mercado de trabalho, os números são ainda piores. As diferentes profissões da Engenharia só contam em média com 18% de participação feminina. A tabela a seguir mostra os dados das 10 profissões da Engenharia com mais trabalhadores formais. Nesse caso, todas as profissões têm menos do que 35% de participação feminina.

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