Governo central registra déficit primário maior que o esperado em novembro
O governo central registrou um déficit primário de R$20,172 bilhões em novembro, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira, prevendo que no último mês do ano o saldo será superavitário, assegurando o cumprimento da meta fiscal de 2025.
Economistas projetavam um rombo menor para o mês, de R$13,5 bilhões, segundo pesquisa da Reuters
O desempenho das contas foi decorrente de receitas líquidas -- que excluem transferências para governos regionais -- de R$166,929 bilhões, com queda real de 4,8% sobre o mesmo período do ano anterior, e despesas totais de R$187,101 bilhões, com alta de 4%, já descontada a inflação.
Do lado da receita, o resultado foi decorrente, principalmente, de uma queda de 52,5%, para R$15,075 bilhões, nas receitas não administradas pela Receita, bem como uma alta de 5,2%, para R$145,287 bilhões, nas receitas administradas, e um aumento de 6,7%, totalizando R$58,086 bilhões, na arrecadação líquida para a Previdência Social.
Já em relação às despesas, um aumento de 3,9%, para R$79,372 bilhões, nos gastos com benefícios previdenciários, devido à alta no total de beneficiários e reajustes no salário-mínimo, continuou a pressionar as contas, juntamente com um crescimento de 27,3%, para R$18,259 bilhões, nas despesas discricionárias do Executivo, com um destaque para o setor de saúde.
Questionado sobre estimativas para o resultado de dezembro e se o governo atingirá a meta fiscal deste ano, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que projeções mostram um resultado intermediário entre o piso e o centro do objetivo fiscal.
"Imagino que ele vai ficar em um meio termo ali entre o piso e o centro da meta", disse Ceron em entrevista coletiva para divulgação dos dados de novembro. "Talvez um pouquinho mais próximo do centro."
"Caminhamos firme para o cumprimento da meta fiscal. Mas eu diria que, hoje, com o retrato que nós temos, o resultado primário está pendendo a ser da ordem mais próximo de R$20 bilhões positivo em dezembro, o que garantiria o cumprimento da meta fiscal com alguma folga", acrescentou.
O resultado de dezembro será reforçado pelas receitas de dividendos, que, segundo Ceron, já estavam previstas na programação da pasta, que devem atingir cerca de R$13 bilhões em dezembro.
No ano, o governo central -- que compreende as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central -- acumulou um déficit de R$83,823 bilhões. Excluindo despesas que não são computadas para o cálculo da meta fiscal para o ano, em especial com precatórios, o déficit está em R$40,4 bilhões.
No acumulado em 12 meses, o governo central registrou um déficit de R$57,4 bilhões, o equivalente a 0,47% do Produto Interno Bruto.
A meta de resultado primário do ano é de déficit zero com uma banda de tolerância de 0,25% do PIB, o equivalente a R$31 bilhões.