Gleisi defende Haddad e diz que crítica a imposto sobre LCI e LCA é 'incompreensível'
Ministra disse que propostas de Haddad consideram o cumprimento do arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso e fazem 'importantes correções tributárias'
BRASÍLIA - A ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu nesta quarta-feira, 11, as críticas às medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Gleisi disse que é "incompreensível" a crítica à cobrança de Imposto de Renda sobre títulos isentos, como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio).
Nesta quarta, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que comunicou à equipe econômica do governo Lula sobre a "reação muito ruim" de setores do Congresso e de empresários às mudanças propostas e defendeu a isenção de títulos que servem como fonte de financiamento para o agronegócio e para o setor imobiliário.
Gleisi rebateu as críticas em publicação no X no início da tarde. A resposta acontece no momento em que congressistas, principalmente os ligados ao agronegócio e ao setor produtivo, engrossaram o coro contra as medidas da equipe econômica.
A ministra da Secretaria das Relações Institucionais disse que as propostas de Fernando Haddad "levam em consideração o cumprimento do arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso" e "fazem importantes correções tributárias, principalmente no sistema financeiro, com justiça tributária e social".
"É incompreensível a crítica à cobrança de 5% de imposto de rentistas e instituições financeiras que ganham com a aplicação em títulos vinculados a crédito da agricultura e setor imobiliário. Isso não impacta no preço do crédito, até porque esses setores trabalham altamente subsidiados pelo Estado Brasileiro e apenas parte da renda destes títulos são destinados ao crédito", disse a ministra em sua publicação.
Gleisi disse, ainda, que a medida representa "um mínimo de justiça, já que um trabalhador médio, uma professora, paga até 27,5% de imposto de renda".