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Feijão carioca: o que pode acontecer com o grão?

Pesquisas mostram que o feijão carioca é o preferido dos brasileiros, com cerca de 60% do consumo nacional.

19 dez 2021 - 15h30
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Uma opção válida é variar no consumo de feijão, alternando entre o preto, vermelho e outras variações
Uma opção válida é variar no consumo de feijão, alternando entre o preto, vermelho e outras variações
Foto: Shutterstock / Finanças e Empreendedorismo

Daqui a algum tempo, um dos membros da dupla que é a marca nacional da alimentação brasileira pode sumir das prateleiras do mercado. Trata-se do feijão carioca, consumido por mais de 60% da população, mas que vem perdendo espaço no agronegócio.

E isso tem um motivo muito específico: exclusividade de consumo interno. Em outras palavras, o feijão carioca é consumido apenas no Brasil, o que faz com que produtores só tenham ganhos de mercado interno. 

Para se ter ideia sobre esse assunto, dados divulgados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostram que a lavoura da leguminosa, de 2021 e 2022, é estimada em 3,1 milhões de toneladas. Por outro lado, a produção de arroz está estimada em 11,4 milhões de toneladas dentro do mesmo período.

Quando comparado com a colheita anterior, é possível perceber que a safra aumentou em 9,31%. Mas ainda assim, há uma disparidade entre a produção quando comparado ao arroz, sendo que os alimentos são consumidos juntos. 

Segundo Marcelo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), isso se deve por conta da falta de cultivo de feijão carioca, que, por sua vez, é o preferido entre os brasileiros. 

"Mais de 60% da produção e consumo de feijão no Brasil é de feijão carioca, e isso coloca o agricultor numa situação complicada: se faltar, ele não tem onde comprar e quando sobra, ele não tem para quem vender", afirma Lüders.

A fala do presidente da Ibrafe faz referência a esse consumo exclusivo brasileiro. Fazendo com que, caso falte esse alimento, não tenha de onde exportá-lo ou caso a colheita sobre, não tenha para onde importá-lo. Isso faz com que o agronegócio dependa apenas do consumo interno, criando uma relação de dependência.

Como resultado, muitos agricultores acabam migrando para outros tipos de cultura como a soja e o milho, que são produtos exportados com frequência. Além disso, esses produtos possuem um certo tipo de incentivo, o que acaba atraindo produtores.

"O agricultor vê preços internacionais da soja e do milho valorizados, com incentivos das empresas e facilidades para comercializar esses grãos. Então, ele para de plantar feijão carioca e vai plantar soja e milho porque ele não vai ter prejuízo", explicou Marcelo Lüders ao Uol.

Por fim, o preço do feijão pode subir em 2022. Apesar do preço do feijão ter apresentado uma queda de 5,21% em comparação com 2020, a expectativa é que o preço suba. Isso porque, mesmo em queda, os custos de produção, que são calculados em dólar, subiram.

Com informações de Uol Economia.

Finanças e Empreendedorismo
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