Fé e negócios: a história do casal que fatura R$ 420 mil com livros e bíblias
Gláucia e Fernando Romão resolveram unir religião e educação com o empreendedorismo
Casal mineiro Gláucia e Fernando Romão combina fé e empreendedorismo, gerindo uma livraria cristã em Belo Horizonte que fatura R$ 420 mil por ano com livros e bíblias, promovendo eventos e conexão comunitária.
Quem chega na Rua dos Tupis, no Centro de Belo Horizonte (MG) e procura pela Ágape Livraria perceberá que não se trata apenas de um estabelecimento comercial qualquer, mas um reflexo da paixão de um casal por unir sua fé cristã com a busca incessante pelo conhecimento. Casados há mais de 30 anos, Gláucia, 57, e Fernando Romão, 54, resolveram juntar a religião e a educação com o empreendedorismo.
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Embora manter uma livraria no Brasil seja atualmente um ato de resistência com a concorrência do comércio eletrônico, o casal abriu a livraria em 2014 e faz sucesso. Os empreendedores, que se conheceram na Igreja Batista da Lagoinha, mas hoje fazem parte da Oitava Igreja Presbiteriana, conseguiram fidelizar o público e têm obtido um faturamento anual de R$ 420 mil com as vendas de livros e bíblias.
Com um atendimento personalizado, o acervo da Ágape Livraria impressiona pela diversidade: são aproximadamente 500 tipos de Bíblias de estudo, além de 3 mil livros de literatura cristã e obras infantis. “Estamos trabalhando com produtos que envolvem a nossa fé e a fé das pessoas, e sentimos uma responsabilidade grande em ajudar da melhor maneira possível”, afirma Glaucia Romão.
Antes de se aventurar no empreendedorismo cristão, Glaucia trabalhava no setor de câmbio do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), que foi privatizado e adquirido pelo Banco Itaú em 1998. Fernando Romão, por sua vez, era representante comercial. "Juntamos a experiência dela na administração e a minha nas vendas para abrir a livraria", explica Fernando.
O casal, que tem três filhos, não possui funcionário na livraria, mas conta que em alguns períodos do ano, os herdeiros também acabam se envolvendo no negócio. Para fortalecer o relacionamento com os clientes, Gláucia e Fernando apostam em eventos e congressos realizados em igrejas, aproveitando esses espaços para divulgar lançamentos, promover encontros com autores e estreitar laços com a comunidade.
“Diretamente trabalham na loja só nós dois [Gláucia e Fernando], mas quando tem os eventos, quando tem esses extras, final de ano, esse movimento, a gente acaba envolvendo todos os filhos”, revelou Fernando. Essas iniciativas, de acordo com Gláucia, além de impulsionar as vendas, reforçam o propósito da livraria de ser um ponto de encontro entre fé e cultura.
'Não existe livro proibido'
Mesmo sendo evangélicos, o casal diz que não existe livro cristão proibido na livraria. Há livros de teologia reformada, pentencostal e até mesmo romana. Embora não seja maioria, 10% dos clientes da livraria são católicos. “Tem muito católico, mas 90% é evangélico. Perfil acima dos 30 anos e mais mulheres”, detlhou Fernando.
Na livraria, entre as principais obras estão livros de C.S. Lewis, John Piper, Timothy Kelley e John MacArthur. Tem também autores brasileiros como Tiago Brunet e David Leonardo.
“Não existe um autor que desponte. Na verdade, tá todo mundo mais ou menos na média. A linha reformada é a que a gente mais trabalha aqui na loja e talvez devido ao nosso público é o que mais vende por causa disso”, argumenta o empreendedor.