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Dona da Casas Bahia aposta em lojas físicas para acelerar entregas de compras online

Plano da Via é chegar ao fim do ano com mais 120 unidades no País, principalmente no Norte e Nordeste; expansão deve ajudar no aumento de entregas rápidas da companhia

26 jul 2021 - 22h06
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A Via, dona da Casas Bahia e do Ponto (antigo Ponto Frio), anunciou que pretende chegar até o fim de 2021 com cerca de 120 novas lojas físicas, média de 20 inaugurações por mês até novembro. O avanço na esfera presencial tem como pano de fundo o crescimento digital. "Quando abrimos uma loja em uma cidade nova, nossa venda online chega a quase dobrar. Na média, a alta é de 50%, mas há cidades que mais que dobram" diz Abel Ornelas, chefe de operações da Via.

Ele explica que as lojas de grande porte da companhia, que já foram consideradas ponto fraco em tempos de digitalização, são estratégicas para a logística do grupo. "Ter lojas de tamanho acima da média do mercado é um benefício grande. Ela vira ponto de retirada para o consumidor", afirma Ornelas.

A ideia é que os pontos de maior porte sejam usados como uma espécie de estoque avançado. "Dependendo do caso, até abrimos mão de um pouco de área de venda para colocar depósito."

Hoje, a Via faz entregas no mesmo dia do pedido em 65 cidades de 14 Estados. O avanço físico deve, porém, se refletir no aumento dessa entrega rápida, já que as lojas têm seus estoques abastecidos com frequência e sua capilaridade permite mais proximidade dos bairros. Além disso, entre o terceiro e o quarto trimestre de 2021, a companhia pretende fazer entrega em horas até mesmo de itens pesados, como geladeiras e máquinas de lavar roupas.

Outro plano pronto para ser colocado em prática é o recebimento de produtos de lojistas virtuais do marketplace da Via nas lojas. A iniciativa deve possibilitar a esses lojistas um prazo de entrega mais rápido, já que o produto fica armazenado em um ponto logístico da companhia. Faltam apenas ajustes finos de questões tributárias.

Ainda no terceiro trimestre, a companhia passará a oferecer crédito para esses vendedores, bem como serviços financeiros para facilitar o pagamento dos clientes. "Primeiro arrumamos as lojas, depois, o e-commerce, este ano é do marketplace na Via", diz Ornelas.

Ele conta que a multicanalidade se tornou um motivo de maior eficiência das lojas, já que agora, em uma segunda-feira pela manhã, quando há pouco movimento de clientes, os vendedores tem condições de abordar via internet os clientes que abandonaram carrinhos de compra no aplicativo e buscar converter essa venda.

Tamanha fluidez entre os canais de venda fez com que a companhia tivesse de se reorganizar. Agora, os gerentes de loja podem apresentar as vendas de seus funcionários pela internet, como parte de sua produtividade. "Internamente, tenho que considerar aquela venda da loja", explica o responsável pela operação. Para efeitos contábeis, as vendas são contabilizadas onde a nota fiscal é gerada, ou seja, onde o cliente finalizou a aquisição do produto.

Crescimento no Norte e Nordeste

A empresa informou que serão abertas 90 lojas nas Regiões Norte e Nordeste. Apenas no Pará, onde tem cerca de 2,6 milhões de metros quadrados de lojas, a previsão é inaugurar mais 50 pontos nos próximos dois meses, das quais 48 já com locações contratadas. Para o Sul, serão 19 novas lojas. A conta inclui ainda 12 unidades no Centro-Oeste e sete no Sudeste, com destaque para a loja conceito da Casas Bahia em São Paulo, no segundo semestre.

Após o anúncio, o banco de investimentos Citi revisou as projeções para o segundo trimestre de 2021 da companhia. A expectativa de volume bruto de mercadorias para o marketplace foi de alta de 20% para 60%, ante o registrado no mesmo período de 2020. "A atualização reflete a crescente base de vendedores, atualmente em 55 mil. Além disso, inclui a atividade do usuário, que aumentou 63% ano a ano em junho", explica o analista João Pedro Soares.

Por outro lado, o Citi reduziu para 15% a estimativa de vendas líquidas para as lojas físicas. A diminuição foi baseada na concorrência maior do que esperada de online em eletrodomésticos e eletrônicos e uma recuperação mais gradual do que outros setores, como vestuário. O Citi reiterou a recomendação de compra para o papel da Via, assim como o preço-alvo de R$ 20. / COLABOROU ELISA CALMON

Estadão
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