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Dólar volta a ter alta e fecha cotado a R$ 3,12

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão

11 mar 2015 - 17h51
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<p>O avanço desta sessão também foi influenciado pelo leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B) promovido pelo Tesouro Nacional na Cetip</p>
O avanço desta sessão também foi influenciado pelo leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B) promovido pelo Tesouro Nacional na Cetip
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O dólar voltou a fechar em alta ante o real nesta quarta-feira (11), ao fim de um pregão marcado por volatilidade, ainda refletindo as preocupações políticas e econômicas no quadro interno.

A moeda americana subiu 0,77%, a R$ 3,1278 na venda, após bater R$ 3,1410 na máxima da sessão pela manhã. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 4,67 bilhões).

A divisa chegou a cair 0,67% no início da tarde, atingindo R$ 3,0833 na mínima da sessão, em reação a operações de realização de lucro e a rumores de que o Banco Central poderia estender seu programa de intervenção no câmbio além de março.

Na noite passada, o governo acertou com líderes do Congresso Nacional a correção escalonada do Imposto de Renda da Pessoa Física proposta por seus aliados no Congresso Nacional, abrindo mão de mais de R$ 6 bilhões em receitas.

"O fato concreto é que a questão fiscal continua no centro das atenções e resta conhecer o impacto que as concessões trarão sobre a meta de superávit primário", escreveu em nota a clientes Ricardo Gomes da Silva, operador da corretora Correparti.

Embora a decisão aponte na direção de desanuviar as tensões entre os dois Poderes, deu força às preocupações nos mercados financeiros com a possibilidade de o governo ter de fazer mais concessões à base aliada que diminuam o impacto do ajuste fiscal.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff aparenta estar envelhecido e que a relação com a base não foi solucionada.

Na defensiva

Investidores também adotaram uma postura mais defensiva diante do desenrolar da investigação sobre o escândalo bilionário de corrupção na Petrobras.

Pela manhã, a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou a abertura de processos contra mais de dez empresas, que poderiam impedi-las de celebrar novos contratos, golpeando a já enfraquecida economia brasileira.

O economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, Neil Shearing, ressaltou os impactos que a crise política pode ter sobre o real e elevou sua projeção para o valor do dólar no fim deste ano para R$ 3,20 ante R$ 2,85.

<p>A divisa chegou a cair 0,67% no início da tarde, atingindo R$ 3,0833 na mínima da sessão</p>
A divisa chegou a cair 0,67% no início da tarde, atingindo R$ 3,0833 na mínima da sessão
Foto: Getty Images

Segundo analistas, o avanço desta sessão também foi influenciado pelo leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B) promovido pelo Tesouro Nacional na Cetip.

Troca de papeis

O Tesouro aceitou propostas de trocar os papeis NTN-B, que são compostos por variação do IPCA mais uma taxa prefixada, por Notas do Tesouro Nacional - Série A3, títulos indexados à variação cambial. Os investidores que se desfizeram desses instrumentos, por sua vez, foram ao mercado para cobrir essas posições, comprando dólares e dando força às cotações da divisa.

"Mas eu não sei por que o Tesouro aceitou essas propostas. Com o dólar tão alto, foi algo inesperado", disse o operador de papéis de uma corretora nacional, que pediu para não ser identificado.

O BC vendeu a oferta total de swaps cambiais pelo leilão diário desta manhã, colocando o equivalente a US$ 97,9 milhões no mercado. Foram vendidos 1.300 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 700 para 1º de março de 2016.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 29% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.

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