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Dólar supera R$5 com cautela sobre Fed e antes de dados de inflação dos EUA

28 mar 2024 - 09h12
(atualizado às 10h18)
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O dólar avançava e superou os 5 reais novamente nesta quinta-feira, refletindo falas duras de uma autoridade do Federal Reserve e expectativa por importantes dados de inflação dos Estados Unidos, enquanto investidores digeriam o Relatório de Inflação do Banco Central.

Às 10h05 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,4%, a 5,0002 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,01%, a 4,9935 reais na venda.

Na véspera, o diretor do Fed Christopher Waller disse que dados recentes decepcionantes sobre a inflação confirmam que o banco central dos EUA deve adiar o corte de taxa de juros de curto prazo.

"Isso impulsiona o dólar, que ganha de seus pares e de moedas emergentes e ligadas às commodities", disse Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.

Segundo Esquelbek, a sessão desta quinta-feira tende a ser mais volátil devido à briga pela formação da taxa Ptax de fim de mês. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

O foco de investidores continuava voltado para dados de inflação dos EUA agendados para o final desta semana, quando os mercados em boa parte do mundo estarão fechados para a Sexta-feira Santa.

A expectativa é de alta de 0,3% em fevereiro do índice PCE sobre o mês anterior e de 2,8% na base anual, com analistas dizendo que qualquer número mais alto será considerado como um revés para as apostas de um corte de juros pelo Fed em junho.

"O destaque da manhã está por conta de um movimento de dólar forte no mundo... o mercado de moedas parece estar começando a precificar, ainda de maneira tímida, um cenário em que os BCs da Europa começam um ciclo de corte de juros antes do Fed", escreveu Dan Kawa, sócio da We Capital.

Recentemente, várias autoridades do Banco Central Europeu (BCE) têm dito que há sinais claros de desaceleração da inflação, o que deve permitir um afrouxamento da política monetária em breve.

Quanto mais tempo o Fed permanecer com os juros elevados enquanto outros países --caso do Brasil-- cortam suas taxas básicas, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente.

No Brasil, o Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2024 a 1,9%, contra patamar de 1,7% estimado em dezembro, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, que também apresentou alertas sobre a evolução da inflação.

Além disso, dados do IBGE mostraram que o país registrou uma taxa de desemprego de 7,8% no trimestre até fevereiro diante do aumento no número de pessoas em busca de trabalho, marcando a taxa mais alta desde agosto do ano passado.

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