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Dólar se fortalece em geral com relações EUA-China e Fed no radar

19 ago 2019 - 17h47
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O dólar avançou nesta segunda-feira tanto em relação a outras moedas principais como diante de várias divisas de países emergentes e ligados a commodities em geral. Sinalizações positivas para o diálogo comercial entre Estados Unidos e China ajudaram, bem como indicadores recentes americanos fortes. Além disso, o movimento foi apoiado por declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Boston, Eric Rosengren, que tem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano.

No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 106,66 ienes, o euro caía a US$ 1,1081 e a libra tinha baixa a US$ 1,2136. O índice DXY, que mede o dólar ante outras divisas fortes, avançou 0,21%, a 98,347 pontos.

Dados da semana passada como as vendas no varejo e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ajudaram a apoiar o dólar, durante a manhã. Além disso, o fato de que o diálogo entre EUA e China deve continuar contribuiu para o movimento, após o governo confirmar a extensão de 90 dias da licença para a chinesa Huawei comprar de empresas americanas e a notícia de que haverá novas conversas bilaterais nos próximos dias. Em relatório, o BBH afirma em relatório que continua a prever dólar forte, num quadro de perda de fôlego em outras economias pelo mundo. Mesmo no caso de corte de juros pelo Fed e crescimento mais fraco nos EUA, o banco de investimentos avalia que o dólar manteria vigor, já que isso ocorreria num contexto de piora econômica global.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou no Twitter que a taxa de juros do Fed deveria cair ao menos 100 pontos-base num curto período. Trump tem pressionado por mais relaxamento monetário e argumenta que a postura do Fed prejudica o crescimento.

Rosengren, porém, traçou cenário bastante distinto no início da tarde, em entrevista à TV Bloomberg. Para o presidente do Fed de Boston, o quadro econômico americano é positivo e, caso suas projeções se confirmem, não há a necessidade de relaxar mais a política monetária. O dirigente argumentou que a fraqueza em outros países deve ser combatida por relaxamento monetário nessas nações, não necessariamente com cortes de juros nos EUA. Além disso, ele disse esperar que a inflação volte à meta de 2% do Fed e que o crescimento econômico do país no segundo semestre fique em quase 2%, um patamar que ele considera positivo.

Na última reunião de política monetária, Rosengren discordou da maioria e defendeu que não se cortasse os juros. Depois das declarações dele, o dólar se fortaleceu mais à tarde.

Na China, o regulador de câmbio afirmou que os fluxos de capital estão equilibrados até agora em agosto, apesar da desvalorização recente do yuan. No fim de semana, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou um ajuste em seu sistema de taxa de juros, o que para o ING foi mais um passo no sentido de adotar a livre flutuação do yuan. O banco holandês prevê que o dólar estará em 7,10 yuans no fim de 2019.

O dólar ainda avançou levemente ante o peso argentino, chegando no fim da tarde em Nova York a 54,8563 pesos. Nesse caso, porém, o dia foi atípico, por ser feriado com mercados fechados na Argentina. No restante da semana, a política local seguirá em foco, com dúvidas sobre o eventual governo do agora favorito para a próxima eleição presidencial, Alberto Fernández. Além disso, o ministro da Economia argentino, Nicolás Dujovne, pediu demissão do governo de Mauricio Macri e será substituído por Hernán Lacunza, que toma posse na manhã desta terça-feira.

Estadão
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