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Dólar cai ante emergentes com comércio EUA-China no radar

22 fev 2019 - 21h13
(atualizado às 21h44)
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O dólar não apresentou direção única em relação a outras moedas principais, mas recuou ante a maioria das divisas emergentes à medida que os agentes favoreceram ativos considerados mais arriscados diante da possibilidade de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Além disso, investidores também monitoraram discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que continuaram a enfatizar a paciência quanto a futuros aumentos nos juros e a possibilidade do fim da redução do balanço da instituição no fim deste ano.

Próximo ao horário de fechamento dos negócios em Wall Street, o dólar recuava para 110,67 ienes, enquanto o euro cedia para US$ 1,1336 e a libra caía para US$ 1,3052. O índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, por sua vez, fechou em queda de 0,10%, cotado a 96,507 pontos.

Impressão de cédulas de dólares, em Washington. 14/11/2014.    REUTERS/Gary Cameron
Impressão de cédulas de dólares, em Washington. 14/11/2014. REUTERS/Gary Cameron
Foto: Reuters

Parte do recuo da moeda americana veio com o vice-presidente do Fed, Richard Clarida. Em Nova York, ele anunciou uma "ampla revisão" das ferramentas de política monetária do banco central, onde comentou até mesmo sobre a possibilidade de colocar um teto para os yields dos Treasuries, que, após essas sinalizações, renovaram sucessivas mínimas durante a tarde. Esse modelo é adotado, por exemplo, pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e será estudado pelo Fed, de acordo com Clarida.

O dirigente não teceu muitos comentários avaliativos sobre o atual estágio da economia americana, mas apontou que as taxas de juros neutras parecem ter caído tanto nos EUA quanto no exterior e que, mesmo com um amplo arsenal de ferramentas para estimular a inflação, os bancos centrais não conseguiram fazer com que os índices de preços voltassem à meta de 2% ao ano. Assim, o Fed começará, a partir da próxima semana, a realizar eventos onde serão discutidas mudanças na política do Fed ao longo do ano.

No mesmo evento em Nova York, diversos dirigentes do Fed, além de Clarida, estiveram presentes. O assunto mais comentado por eles foi a estratégia em torno do enxugamento do portfólio de ativos do banco central. A sinalização dada pela ata da reunião de política monetária de janeiro, de que o processo de redução deve ser encerrado este ano, foi confirmada por dirigentes como o diretor Randal Quarles. Ele, aliás, acredita que o portfólio de ativos do Fed deveria passar a ser composto somente por Treasuries.

"A comunicação do Fed indica um momento mais cedo para o fim da redução do balanço do Fed", dizem os economistas do Bank of America Merrill Lynch. Para eles, é provável que os detalhes sejam divulgados em março e que o fim seja em julho ou outubro. Os renovados sinais "dovish" da autoridade monetária americana provocaram festa dos emergentes nesta sexta-feira: o dólar, no fim da tarde, recuava para 39,1885 pesos argentinos, 65,420 rublos russos e 19,1645 pesos mexicanos.

Além disso, os agentes monitoraram as conversas comerciais entre autoridades americanas e chinesas. A cautela também dominou o Salão Oval da Casa Branca. Por lá, o representante comercial, Robert Lighthizer, disse que alguns obstáculos "muito grandes" permanecem para que um acordo sino-americano seja fechado, enquanto o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, afirmou que "é um pouco cedo para champanhe". O presidente dos EUA, Donald Trump, no entanto se mostrou otimista, disse que pode estender o prazo da trégua comercial e afirmou que um amplo acordo sobre o mercado de câmbio foi firmado com a China. Assim, o dólar renovou mínimas em relação ao yuan negociado em Hong Kong (offshore) e, no fim da tarde, caía para 6,7075 yuans.

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