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Dívida pública federal cresce 0,22% em outubro

27 nov 2017 - 11h22
(atualizado às 11h31)
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Imagem ilustrativa de moedas de real 15/10/2015 REUTERS/Bruno Domingos
Imagem ilustrativa de moedas de real 15/10/2015 REUTERS/Bruno Domingos
Foto: Reuters

A dívida pública federal cresceu 0,22 por cento em outubro sobre setembro, a 3,438 trilhões de reais, divulgou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (27), num movimento puxado pelo avanço do passivo externo.

No período, a dívida externa aumentou 6,88 por cento, a 127,07 bilhões de reais, diante do avanço do dólar frente ao real. Em outubro, a moeda norte-americana acumulou alta de 3,32 por cento, maior salto mensal desde novembro de 2016, com agentes do mercado já o citando o impacto de incertezas quanto ao ajuste fiscal e eleições de 2018.

A dívida pública mobiliária interna, por sua vez, ficou praticamente estável no mês, com baixa de 0,02 por cento, a 3,311 trilhões de reais. Isso ocorreu na esteira de um resgate líquido de 25,61 bilhões de reais e de apropriação positiva de juros de 25,07 bilhões de reais.

Encerrados os dez primeiros meses do ano, portanto, o estoque total da dívida segue fora do intervalo de referência do Plano Anual de Financiamento, de 3,45 trilhões a 3,65 trilhões de reais.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, lembrou, contudo, que novembro e dezembro não são meses marcados por grandes vencimentos, contribuindo para o estoque caminhar para dentro do intervalo daqui para frente.

"Não vamos ver grandes alterações nos números e o Plano Anual de Financiamento será cumprido", disse.

Quanto à composição, os títulos prefixados continuaram com maior peso na dívida total, embora tenham visto sua participação cair em relação à setembro. A representatividade foi a 34,62 por cento em outubro, ante 35,66 por cento no mês anterior, mas ainda dentro do intervalo de 32 a 36 por cento para 2017 no âmbito do Plano Anual de Financiamento (PAF).

Os títulos pós-fixados, LFTs, viram sua participação crescer a 31,60 por cento da dívida em outubro, sobre 31,07 por cento em setembro. Para o ano, o Tesouro fixou uma participação de 29 a 33 por cento para os papéis.

Já os títulos corrigidos pela inflação subiram a 29,97 por cento do total da dívida, contra 29,69 por cento em setembro. Para eles, o Tesouro também estabeleceu uma parcela no ano de 29 a 33 por cento.

A participação dos investidores estrangeiros em títulos da dívida interna teve alta a 12,78 por cento em outubro, sobre 12,57 por cento no mês anterior.

Emissão

No início de outubro, o governo brasileiro emitiu 3 bilhões de dólares em título com vencimento em 10 anos, o chamado Global 2028, com taxa de 4,675 por cento ao ano e spread de 235 pontos básicos acima dos títulos de referência dos Estados Unidos.

A operação também incluiu a possibilidade de os investidores venderem ao Tesouro títulos elegíveis de prazo mais curto, abrindo espaço para alocação no novo papel.

Sobre a investida, o Tesouro Nacional disse nesta segunda-feira que foi atingido o objetivo do lançamento de um novo benchmark com pleno volume ao mesmo tempo em que o Tesouro retirou do mercado títulos antigos com alto cupom de juros, menos líquidos e preços acima de seu valor ao par, o que aprimorou o perfil da curva em dólares no mercado externo.

"A criação e manutenção de títulos de referência líquidos e bem precificados serve como referência para captações de empresas brasileiras, possibilitando a obtenção de recursos de longo prazo a custos mais baixos", acrescentou o Tesouro.

Durante coletiva de imprensa, Secunho afirmou que a necessidade de dólares para 2018 já está praticamente toda coberta, especialmente após a operação.

Dos 3 bilhões de dólares emitidos, praticamente dois terços foram utilizados para retirar outros títulos do mercado.

"O colchão aumentou em 1 bilhão de dólares", afirmou ele, afirmando que isso ampara a lógica de atuação do Tesouro de acessar o mercado somente quando vê condições propícias para aperfeiçoar o perfil do passivo externo.

"Não há necessidade de emissão externa em 2018 como não havia (em 2017). Nossa atuação é qualitativa", disse.

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