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Dinheiro para o clima: o que dizem CEOs do BID e do Fórum Econômico Mundial sobre atração de capital

Em evento pré-COP, Ilan Goldfajn e Børge Brende falam em potencial do setor privado para financiamento climático na América Latina frente à 'insuficiência de recursos' do setor público

7 nov 2025 - 13h38
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Não há recursos o suficiente no setor público para atender a todas as necessidades de projetos climáticos na América Latina. Isso não quer dizer que eles não possam ganhar escala na velocidade que precisam. Os investimentos e o apetite do setor privado podem ser um impulsionador real para a aceleração dessas soluções, e isso já está acontecendo.

A avaliação é compartilhada pelo presidente do Fórum Econômico Mundial, Børge Brende, e pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, que lideram iniciativas de fomento à aceleração para uma economia de baixo carbono e estão participando de eventos relacionados à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), no Brasil.

Os gestores abordaram o tema do financiamento climático durante o painel "Liderando Negócios Sustentáveis na Década Crítica de Ação" no evento Road to COP-30, promovido pelo Itaú BBA, sob a moderação do economista-chefe da instituição, Mário Mesquita. O encontro ocorreu na quarta-feira, 5, em São Paulo.

"Não há recursos públicos suficientes para fazer tudo o que é necessário. E as prioridades estão mudando. Países endividados, mercados emergentes e economias em desenvolvimento ou têm dívidas elevadas ou necessidades excessivas. O custo do capital é muito alto. Não há dinheiro suficiente para expansão na escala desejada", avalia Goldfajn.

No entanto, "o custo da inação ainda supera o custo da ação", complementa Brende, e é preciso escalar para não pagar um preço alto no futuro. E é nesse ponto que o "setor privado já está desempenhando um papel muito mais importante", diz, citando como exemplo o apetite do mercado pelas energias renováveis, que influenciou na queda de preços de energia eólica e solar.

"A capacidade do setor público de financiar todos esses projetos é menor do que antes. O setor privado pode fazer uma grande diferença", comenta, avaliando que houve aumento no engajamento das empresas nas COPs nas últimas duas décadas. "A participação e os investimentos do setor privado são incríveis. Portanto, é o setor privado que vai impulsionar isso também na América Latina."

O Fórum Econômico Mundial mantém grandes coalizões com representantes do setor privado para iniciativas da agenda climática, como o 'Alliance of CEO Climate Leaders', formado por CEOs de 27 países, e o 'First Movers Coalition for Food', que envolve líderes da indústria brasileira e global para criar demandas no mercado pela produção resiliente de alimentos. Ambos foram citados por Brende como exemplos de movimentos de atuação do setor privado na transição econômica, independentemente das políticas públicas.

"Acreditamos firmemente que as empresas podem criar demandas que mudarão drasticamente a forma como produzimos", diz. "Em vez de regulamentações (públicas), o setor privado cria contratos de fornecimento e uma demanda que também acelerará as mudanças nos setores mais difíceis."

Financiamento

Em julho deste ano, o BID e o Banco Mundial anunciaram uma colaboração para apoiar países e instituições a lançar seus próprios programas de emissão de títulos da Amazônia. O BID foi o primeiro a estabelecer o programa, que prevê emitir até US$ 1 bilhão em títulos. A meta é obter capital privado para o desenvolvimento sustentável na região amazônica.

Na terça-feira, 4, o BID emitiu o primeiro Título Amazônia e levantou US$ 100 milhões para financiar projetos de desenvolvimento sustentável de alto impacto na região. "A questão é como conseguir o dinheiro para financiar o que realmente precisamos, que são os projetos. Então, temos as diretrizes, os regulamentos, a taxonomia, e isso já está acontecendo", comenta Goldfajn.

"Liberamos US$ 100 milhões de um total de US$ 1 bilhão. Esperamos que o governo do Brasil faça o mesmo e esperamos que outros sigam o exemplo, para que possamos liberar ainda mais recursos. Queremos que todos os cidadãos do Brasil possam participar dos nossos projetos na Amazônia."

Estadão
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