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Entenda a variação de preços nos títulos do Tesouro Direto

Especialistas explicam como a variação na expectativa de juros afeta os títulos de renda fixa

26 jan 2023 - 06h10
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Foto: Adobe Stock

Ao conferir os preços dos títulos do Tesouro Direto (TD) ao longo de alguns dias, o investidor pode perceber algumas variações. Isso acontece pois o TD atualiza os valores com para que eles reflitam as negociações ao longo do dia no mercado secundário. A variação nos preços e taxas pode ser consultada no site do Tesouro. 

Preço varia conforme taxa de juros na economia 

Os preços dos títulos variam de acordo com a projeção de juros futuros, explica Lenon Rissardi, sócio da GT Capital. “Quem comprou um título com uma taxa de IPCA+4%, por exemplo, uma taxa de juros mais baixa, à medida que os juros sobem impactam negativamente a precificação a mercado (preço para venda do título)”.

Ou seja, quando a rentabilidade de um papel cai, a procura por ele também diminui, fazendo com que o preço também seja reduzido. é o caso de ajuste por conta de oferta e demanda. 

Para o  especialista em renda fixa e sócio da plataforma Quantzed, Ricardo Jorge, o que afeta o preço do título não é tanto a projeção em si, mas sim a divulgação de um número que vem fora das expectativas: “Quando é divulgado um número de inflação maior do que a expectativa de mercado, o título que paga a inflação terá uma rentabilidade maior, logo a demanda por ele vai aumentar”, afirmou. 

A variação de preços do título Tesouro Prefixado 2029 pode ser conferida no gráfico: 

Foto: Reprodução

As taxas de rentabilidade também variam, no caso dos títulos prefixados e híbridos, para se adaptar às expectativas do mercado. Para quem já investiu, a variação de preço pode fazer com que haja valorização ou desvalorização no caso de venda antes do vencimento.

Já para o investidor que espera até o final do período, o pagamento será o da rentabilidade contratada. Veja abaixo a variação na taxa do título Tesouro Prefixado 2029, em janeiro deste ano: 

Foto: Reprodução

Na última semana, um dos fatores que levaram ao aumento na projeção da taxa de juros foi a possibilidade de uma moeda comum aos países do Mercosul, que gerou apreensão no mercado. O tema chegou a ser comparado com o que ocorreu na União Europeia, com a adoção do Euro. 

Para o professor de economia da Strong Business School, Pedro Carvalho de Mello, os casos não são comparáveis. A ideia da moeda única no Mercosul não é fazer com que os países membros do Mercosul deixem de usar suas próprias moedas, mas criar uma forma de intermediar as transações comerciais entre os países, principalmente Brasil e Argentina, sem depender do dólar. 

Atualmente, as transações comerciais entre os Brasil e Argentina, por exemplo, são pagas em dólar, que já é uma terceira moeda, não vigente em nenhum dos países, e as negociações ficam suscetíveis à variação desta moeda.   

Redação Dinheiro em Dia
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