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Day use e pernoite: caciques criam redes sociais e conta bancária para vender experiência em comunidades indígenas

Seis aldeias situadas próximo a Barra do Bugres (MT) estão reescrevendo a forma de fazer negócios em terras indígenas

13 nov 2025 - 05h00
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O turista que for conhecer as aldeias do MT vai ter a oportunidade de encontrar comunidades que sobrevivem do artesanato, da caça, da pesca e da agricultura
O turista que for conhecer as aldeias do MT vai ter a oportunidade de encontrar comunidades que sobrevivem do artesanato, da caça, da pesca e da agricultura
Foto: Divulgação

Caciques de seis aldeias situadas próximo a Barra do Bugres, em Mato Grosso, estão reescrevendo a forma de fazer negócios em terras indígenas. Em um movimento estratégico que une tradição e modernidade, a comunidade, composta por descendentes de diversas etnias, criou um site de reservas online, perfis oficiais em redes sociais e conta bancária para vender experiência para turistas. 

O cacique Felisberto de Souza Cupudunepá, da etnia Balatiponé-Umutina, é um dos líderes do negócio. Presente na Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris), o empreendedor indígena disse em entrevista ao Terra que a abertura para o turismo nas aldeias tem reforçado a transmissão cultural entre gerações e promovido o desenvolvimento econômico local. 

“O território é composto por 14 aldeias, dessas 14 aldeias, seis abriram para o etnoturismo. Foi um trabalho bastante complexo. Então, a população entendeu que precisava de uma alternativa de geração de renda para que pudesse fazer com que os jovens permanecessem dentro da comunidade, valorizando a questão cultural, fortalecendo esse laço da nossa população”, afirmou o cacique.

Nas comunidades indígenas, cada aldeia possui seus atrativos. Das seis aldeias, três delas oferecem apenas a opção do day use e as outras três já têm a possibilidade do pernoite, que é um roteiro mais prolongado que o turista consegue fazer de dois a três dias. Devido a essa oportunidade de geração de renda, muitos indígenas que saíram das comunidades estão voltando para dentro do território.

Felisberto de Souza Cupudunepá, cacique da etnia Balatiponé-Umutina
Felisberto de Souza Cupudunepá, cacique da etnia Balatiponé-Umutina
Foto: Davi Valadares/Terra

“Quando a gente decidiu trabalhar com o turismo, a gente tinha uma sinalização clara de que a gente não queria o envolvimento de terceiros. Por isso, o nosso negócio é desenvolvido com 100% de trabalhadores indígenas. Embora sejam seis aldeias que hoje fazem parte do projeto, a gente mobiliza as outras comunidades”, frisou Felisberto.

O turista que for conhecer as aldeias em Mato Grosso vai ter a oportunidade de encontrar comunidades que sobrevivem do artesanato, da caça, da pesca e da agricultura. Além de conhecer um pouco mais sobre o território, o turista poderá conhecer um pouco mais sobre o povo balatiponé, que foi dado como extinto no século passado, mas que hoje tem uma população de cerca de 900 indígenas, sendo que boa parte está ainda na cidade.

A Associação Indígena Balatiponé-Umutina obteve, neste ano, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Carta de Anuência, que autoriza a realização de atividades de turismo sustentável em seus territórios. O documento, válido por três anos, reconhece oficialmente os projetos de ecoturismo e etnoturismo, respeitando a cultura e os modos de vida tradicionais.

“Sem a autorização da Funai, a gente não conseguiria desenvolver a atividade que hoje a gente desenvolve. Essa licença traz legalidade ao projeto e garante segurança para o turista, para o visitante, para todos aqueles parceiros que ajudam a desenvolver o turismo na região”, ressaltou o cacique Felisberto.

Como funciona o turismo nas Aldeias

As aldeias indígenas estão com diversas programações abertas ao público, todas adaptáveis às necessidades e ao ritmo de cada visitante. Para garantir uma experiência completa e organizada, as reservas são obrigatórias e devem ser realizadas com, no mínimo, sete dias de antecedência.

De acordo com a organização, cada aldeia possui autonomia para definir os dias e horários em que pode receber visitantes. As atividades disponíveis podem ser consultadas diretamente no site oficial, onde também estão listadas as opções de pacotes e informações detalhadas sobre cada experiência.

Os passeios são planejados para serem íntimos e personalizados, com grupos reduzidos de 2 a 15 pessoas, assegurando atenção especial e uma vivência mais agradável. Todas as atividades são classificadas como de nível leve, o que as torna acessíveis para a maioria do público e ideais para famílias com crianças.

Os pacotes incluem todas as atividades propostas pela aldeia, uma degustação especial que valoriza a cultura local e o acompanhamento de um condutor de turismo indígena. As formas de pagamento aceitas são cartão de débito, crédito, boleto e Pix. 

*Repórter viajou para Gramado a convite do Festuris

Fonte: Portal Terra
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