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'Coronavoucher' deve ser entregue a 75 milhões de pessoas

Cálculo inicial do goveno era de que 54 milhões de brasileiros receberiam a ajuda; se total aumentar, os R$ 98,2 bi reservados para a medida serão insuficientes

15 abr 2020 - 12h46
(atualizado às 12h58)
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BRASÍLIA - O número de brasileiros beneficiados pelo auxílio emergencial de R$ 600 pode chegar a 75 milhões nas avaliações internas do governo, segundo apurou o Estadão/Broadcast. A expectativa é maior do que a previsão inicial, segundo a qual 54 milhões de brasileiros receberiam a ajuda voltada a trabalhadores informais, autônomos, desempregados e microempreendedores individuais.

Nesse caso, os R$ 98,2 bilhões já reservados para pagar o auxílio serão insuficientes. Ainda não houve pedido formal do Ministério da Cidadania para aumentar esse crédito, mas, segundo um integrante da equipe econômica, não haverá qualquer problema em elevar a previsão de despesas para prestar assistência a esses brasileiros.

Os números estão sendo reavaliados e ainda podem sofrer alterações porque a demanda e a elegibilidade (quantidade dos que se encaixam nos critérios e têm direito ao auxílio) estão surpreendendo.

Ainda na segunda-feira, 13, a Dataprev identificou 51,4 milhões de brasileiros habilitados a receber o auxílio emergencial entre os cidadãos já registrados no CadÚnico (incluindo beneficiários do Bolsa Família). O contingente representa 70% dos cadastrados na base de dados que concentra programas sociais do governo.

Apenas com a análise de dois grupos, CadÚnico e Bolsa Família, o governo praticamente preencheu todo o espaço previsto para pagar o benefício. Há ainda, no entanto, a análise dos pedidos dos "invisíveis", que não estão em nenhuma base de dados, mas têm direito ao auxílio.

A Caixa disponibilizou um site e um aplicativo (CAIXA | Auxílio Emergencial) para android e IOS para que esses trabalhadores informais possam fazer o requerimento. Apenas por este canal, o banco já recebeu 35,9 milhões de pedidos, segundo balanço desta quarta-feira, 15, às 10h.

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse, na terça-feira, 14, em entrevista no Palácio do Planalto, que 16,417 milhões de 23 milhões analisados já haviam tido o direito reconhecido pelos sistemas do governo (um índice de elegibilidade de 71,4%). Com isso, a expectativa de atendimento por meio do site ou aplicativo também pode ser ultrapassada. "Tudo sinaliza que vamos superar a casa dos 20 milhões de brasileiros", afirmou Onyx.

Segundo o ministro, o aplicativo ficará aberto para novos pedidos até 2 de julho. Quem fizer a solicitação ao longo dos próximos meses também terá direito às três parcelas de R$ 600, ou R$ 1.200 em caso de mulheres chefes de família. A exceção é quem receber agora a última parcela do seguro-desemprego - esses trabalhadores podem pedir a ajuda de forma proporcional.

Onyx disse na terça que o governo já identificou nos cadastros do governo 3,019 milhões de mulheres chefes de família. As despesas para pagar a elas o auxílio em dobro chegarão a R$ 2,829 bilhões.

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