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Como proteger os investimentos e o patrimônio do tarifaço de Trump contra o Brasil?

Tarifas de 50% terão impactos macroeconômicos e desdobramentos no mercado financeiro e setorial

11 jul 2025 - 04h59
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Resumo
Especialistas recomendam diversificação, exposição em ativos atrelados ao dólar, investimento internacional e cautela com renda variável para mitigar os impactos das tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, que afetam setores como agronegócio e industrial.
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Foto: Getty Images

A recente decisão do governo americano de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros gerou um cenário de incerteza que, inevitavelmente, tende a aumentar a volatilidade dos mercados nos próximos dias. Diante disso, especialistas consultados pelo Terra aconselham que empresários e investidores adotem uma postura cautelosa e estratégica para proteger os investimentos e o patrimônio.

"Nesse cenário de muita volatilidade, diversificação é a principal forma de defesa. É importante estar exposto em dólar, investir em ativos internacionais. O ouro é um excelente caminho e fundos multimercados ganham muito quando têm esse estresse de mercado”, indica Pablo Alencar, especialista em investimentos e sócio da Valor Capital.

Nesta quinta-feira, 10, o dólar comercial teve uma forte valorização. A moeda norte-americana chegou a alcançar R$ 5,62, mas fechou o dia em R$ 5,544 --aumento de 0,72%. O dólar turismo registrou alta de 1,19%, cotado a R$ 5,765.

Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, alocar uma parte do patrimônio em ativos atrelados a moedas fortes --especialmente o dólar-- é uma forma eficaz de proteger-se da volatilidade provocada por eventos que impactam diretamente a economia brasileira. 

"Manter uma parcela estável do portfólio em investimentos globais permite diluir riscos específicos de economias emergentes, como a brasileira. Essa estratégia atua como um contrapeso importante diante de choques domésticos e garante um patrimônio mais estável ao longo do tempo."

Neste momento de ruído político-comercial é fundamental evitar decisões precipitadas. “Medidas desse tipo, especialmente quando vêm acompanhadas de forte componente político, como é comum nas ações do ex-presidente Trump, estão sujeitas a revisões ou recuos. Portanto, mais do que tentar antecipar movimentos bruscos, o investidor deve estar preparado para diferentes cenários, mantendo uma carteira resiliente, diversificada e alinhada ao seu perfil de risco”, ressalta Mariana Andrião, advogada especialista em Direito Empresarial e  consultora de Family Office na Evoinc.

Os setores da economia nacional mais afetados pelas tarifas, que entram em vigor em 1º de agosto, serão o industrial, especialmente de aço e alumínio, e o agronegócio, podendo causar danos ao caixa das empresas e aos investidores, que possuem ações em bolsa. Embraer, Tupy, WEG e Suzano têm parte significativa de sua receita exposta ao mercado americano e podem enfrentar ajustes. 

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“Migre recursos para setores domésticos menos sensíveis às barreiras comerciais, ou para empresas que possuam receitas em dólar e não estejam suscetíveis aos efeitos das tarifas. Investir diretamente em ações americanas ou ETFs globais pode compensar parcialmente os riscos domésticos”, prevê Fernando Canutto, especialista em Direito empresarial e internacional.

Os patrimônios em si não serão tão afetados, mas os negócios. Pelo menos, essa é a opinião de Denis Medina, economista e professor da Faculdade do Comércio. Nesse sentido, é importante ter cuidado com a renda variável, principalmente com a exposição às empresas exportadoras. “Empresas que atuam só no mercado nacional, talvez não tenham tanto problema”, sugere. 

Empresas como a Vale, que possuem baixa dependência dos EUA, tendem a ser menos afetadas com as tarifas. Algumas companhias, inclusive, podem se beneficiar da nova dinâmica comercial: é o caso da Braskem, que pode conquistar maior participação no mercado doméstico diante da possível redução das importações de derivados petroquímicos americanos.

Renda fixa

A renda fixa também é recomendada pelos especialistas para quem for mais conservador e quiser proteger o patrimônio. Em um cenário de incerteza econômica provocado pelo aumento de tarifas comerciais, a renda fixa, especialmente os títulos atrelados à taxa básica de juros, tende a ganhar maior relevância.

A expectativa de alta nos juros futuros, combinada com a volatilidade da renda variável, torna os investimentos pós-fixados especialmente interessantes, pois acompanham o movimento da taxa de juros e ajudam a proteger o patrimônio em períodos de instabilidade econômica e pressão inflacionária.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira, dia 9, a imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, por meio de carta publicada em sua rede social, a Truth Social. No texto, ele explica suas motivações e cita, novamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em resumo, segundo Trump, a decisão é uma resposta direta ao que chamou de "censura" a redes sociais americanas por parte do governo brasileiro. Ele também mencionou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusando a Corte de promover ataques à liberdade de expressão.

A carta, divulgada da mesma maneira que outros anúncios na segunda-feira, 7, foi iniciada de forma diferente das demais, com uma exigência de que o ex-presidente Jair Bolsonaro "pare de ser perseguido imediatamente".

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Na sequência, o presidente americano destaca a tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, independente de outras tarifas setoriais. Trump anunciou anteriormente que irá taxar em 10% os países do Brics -- incluindo o Brasil -- e outras nações alinhadas ao grupo, que ele considera adotarem políticas anti-americanas. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre as ameaças tarifárias de Trump. "Nem acho que eu deveria comentar, porque não acho uma coisa muito responsável e séria um presidente da República de um país do tamanho dos EUA ficar ameaçando o mundo através da internet. Não é correto. Ele precisa saber que o mundo mudou", afirmou o presidente em coletiva de imprensa após cúpula do Brics.

Fonte: Redação Terra
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