Caso Master: Febraban diz ter 'plena confiança' no BC, após TCU questionar liquidação do banco
A entidade que reúne os grandes bancos argumenta que a solidez do sistema financeiro 'depende de uma regulação firme' e uma 'supervisão vigilante'
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) manifestou nesta sexta-feira, 19, "plena confiança" na atuação do Banco Central, após o Tribunal de Contas da União (TCU) pedir esclarecimentos sobre a liquidação extrajudicial do Banco Master. Mais cedo, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) também já havia manifestado apoio à autoridade monetária.
Questionado sobre a demanda do TCU, a Febraban enviou ao Estadão/Broadcast uma nota em que defende a independência institucional da autoridade monetária. A entidade cita nominalmente o Caso Master e argumenta que a solidez do sistema financeiro "depende de uma regulação firme" e uma "supervisão vigilante". Disse ainda confiar no BC "em todos os seus âmbitos de atuação: sob a ótica da regulação, da supervisão, da política monetária e da política cambial".
Para a Febraban, a sociedade exige um BC capaz de tomar decisões com autonomia e de manter "vigilância absoluta" da indústria financeira, principalmente do ponto de vista da integridade do setor.
O comunicado reflete a chancela mais ampla que banqueiros têm dado à condução do caso Master. Em conversas reservadas ao longo das últimas semanas, agentes do mercado enfatizaram ao Estadão/Broadcast que o presidente do BC, Gabriel Galípolo, agiu com base em evidências sólidas, depois de na gestão anterior no BC o Master ter crescido rapidamente com uma estratégia agressiva de distribuição de Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
Ao decretar a liquidação do Master, no mês passado, o BC citou a "grave crise de liquidez" e violação de normas regulatórias pela instituição.
O presidente do Master, Daniel Vorcaro, chegou a ser preso por suspeita de fraudes na emissão de títulos de crédito falsos. No final de novembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou a soltura de Vorcaro e de outros executivos do banco, obrigados a usar tornozeleira eletrônica.