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VW Golf GTE estreia no Brasil com custo diário de R$ 5,18

Com autonomia de 50 km no modo elétrico (e até 130 km/h), o Golf híbrido plug-in começa a ser vendido dia 11 de novembro

4 nov 2019 - 19h11
(atualizado às 20h54)
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O Golf GTE pode rodar 50 km por dia somente no modo 100% elétrico.
O Golf GTE pode rodar 50 km por dia somente no modo 100% elétrico.
Foto: Divulgação

A Volkswagen não quis esperar a nova geração do Golf para marcar sua estreia no mercado de carros eletrificados. O Golf GTE, um híbrido plug-in de 204 cv de potência combinada, começa a ser vendido pela internet no dia 11 de novembro. Com a produção do Golf encerrada no Brasil e no México, a VW do Brasil aproveitou a “lei dos 99 carros”, que permite a importação de até 99 unidades/ano com vantagens fiscais, para encomendar um lote de 99 Golf GTE da matriz alemã. Assim, o Golf GTE vem direto de Volfsburg por R$ 199.990. Não há opcionais. Mas, para mostrar que o carro marca uma nova era, junto com o Golf GTE a Volks está vendendo um patinete elétrico (R$ 3.399) e uma bicicleta elétrica (R$ 11.499).

Além do carro em si, que tem uma proposta muito interessante, dois pontos chamam atenção nesse lançamento da Volkswagen: o baixo custo de utilização do veículo e a pressa em lançar um modelo que está saindo de linha. Como produto, o Golf GTE estreia no mercado brasileiro com vários atributos. Ele é um híbrido plug-in, ou seja, pode ser plugado na tomada de energia elétrica (220V). O Golf GTE tem dois motores: um movido a gasolina (1.4 TSI) de 150 cv de potência e outro elétrico de 102 cv. Combinados, o motor a combustão interna e o motor elétrico entregam 204 cv de potência e 350 Nm de torque. É menos do que os 230 cv do Golf GTI 2.0, mas o carro mantém uma pegada esportiva.

Junto com o Golf GTE, a VW vende um patinete elétrico e uma bicicleta elétrica.
Junto com o Golf GTE, a VW vende um patinete elétrico e uma bicicleta elétrica.
Foto: Divulgação

Enquanto o Golf GTI é o passado, o Golf GTE é o futuro. O carro dispõe de cinco modos de condução: E-Mode (100% elétrico), Hybrid (utilização dos dois motores de forma inteligente), Battery Hold (mantém a carga da bateria), Battery Charge (regenera energia durante o uso com motor a combustão) e GTE (potência total dos dois motores). Os modos E-Mode e GTE podem ser acionado por meio de uma tecla no console central. Os outros modos são selecionados no display tátil.

Apesar de ser da geração que já deixou de ser produzida no mundo, o Golf GTE é um carro bastante avançado para o mercado brasileiro. Ele oferece mais recursos de condução, por exemplo, do que os Toyota Corolla, Prius e RAV4 ou do que o Chevrolet Bolt EV, o Nissan Leaf e o Renault Zoe, para falarmos dos carros eletrificados mais badalados desse mercado. O grande diferencial do Golf GTE é o E-Mode, que permite rodar 50 km no modo 100% elétrico em velocidades até 130 km/h. A menos que o motorista faça um kick down (pise com força e até o fim no pedal do acelerador), o carro roda perfeitamente com emissão zero de gases e silenciosamente, apenas com o ruído do vento e dos pneus em contato com o piso. É uma experiência interessante, que pudemos experimentar num rápido test drive na Rodovia Castello Branco, no interior de São Paulo.

O Golf GTE é cheio de detalhes azuis, como as luzes e o tecido dos bancos.
O Golf GTE é cheio de detalhes azuis, como as luzes e o tecido dos bancos.
Foto: Divulgação

Com o modo GTE acionado, o carro também se transforma. O sistema de áudio emite um ronco de motor esportivo exclusivamente para a cabine, a fim de melhorar a sensação do motorista, e os dois motores passam a oferecer potência total. Nesse modo, o carro pode atingir 222 km/h. A aceleração de 0-100 km/h também é boa: 7,6 segundos. O caráter esportivo é acentuado pelo enrijecimento da suspensão, por respostas mais rápidas e diretas do volante e pela caixa DSG 6 (um excelente câmbio automatizado de dupla embreagem). Também é possível colocar a alavanca do câmbio no modo B (de Break), que aciona o servo freio do carro para que toda “tirada de pé” represente uma frenagem e também recarregue as baterias.

Por dentro, o motorista e os passageiros têm tudo aquilo que sempre foram pontos positivos no Golf: ótima posição de dirigir, ergonomia perfeita em todos os bancos, comandos e instrumentos bem localizados e visíveis, tela multimídia de 9,2”, quadro de instrumentos digital em tela de 12,3” e muito bom gosto no acabamento. Os bancos são de tecido clark azul. Várias costuras azuis aparecem nas partes de couro. Aliás, o azul é o cor oficial do Golf GTE. Todos os 99 caros importados têm a cor azul (atlantic blue). Ela está também nos detalhes externos, como num filete dos faróis de LED e num friso da grade frontal. O logotipo GTE (cromado e azul) aparece na frente, na traseira, nas laterais e no volante. Os pneus são 205/55 montados em rodas de 16”. As rodas têm um aspecto futurista, que lembra de longe o conceito de cobrir toda a área, como já vimos nas rodas Orbital do brasileiríssimo Gol GTI no final dos anos 1980. 

O quadro de instrumentos digital tem tela de 12,3" e é fácil de ler
O quadro de instrumentos digital tem tela de 12,3" e é fácil de ler
Foto: Divulgação

O Golf GTE tem um tanque de combustível menor e as baterias foram instaladas debaixo do assento traseiro. Os dois motores ficam sob o capô. As baterias do Golf GTE são formadas por oito módulos de 12 células, perfazendo 96 células com 3,6V cada. A capacidade é de 8,8 kWh. Quando for carregado pelo cabo de energia (plug-in), o Golf GTE pode receber 80% de sua carga em cerca de 25 minutos. Para atingir a carga total, são necessárias de 2h15min a 3h45min, dependendo do tipo de carregamento. Dois botões na entrada de energia (na frente do carro) dão opção de carga imediata ou de programar o horário da recarga, além de ligar o ar-condicionado 15 minutos antes da chegada do motorista.

O preço de R$ 200 mil é salgado. Porém, segundo a Volkswagen, mesmo no aspecto financeiro o Golf GTE pode ser vantajoso. O custo de uso de energia elétrica para rodar 50 km foi calculado em R$ 5,18. Essa é a distância percorrida por 75% dos usuários de carros em grandes centros urbanos. A partir daí, entra em funcionamento o motor a gasolina. Portanto, para rodar 75 km, o Golf GTE tem um custo de R$ 11,15; para rodar 100 km, o custo sobe para R$ 17,11. A Volks afirma que nos três casos o carro elétrico é bem mais barato. Além de oferecer a vantagem de rodar apenas no modo elétrico quase diariamente, o Golf GTE ainda tem um alcance total de 939 km. 

A Volkswagen inicia um plano de eletrificação de cinco Estados do Sul e Sudeste.
A Volkswagen inicia um plano de eletrificação de cinco Estados do Sul e Sudeste.
Foto: Divulgação

Já o fato de trazer um carro da geração passada revela a pressa da Volkswagen em recuperar o terreno perdido nesse mercado. Outras marcas chegaram antes. De certa forma, os compradores do Golf GTE também serão cobaias para que três marcas do grupo (e com outros carros) conheçam as necessidades dos consumidores. As marcas que estão com a Volks num ambicioso projeto de eletrificação são a Audi e a Porsche. A ideia é instalar 30 pontos de recarga ultra-rápida de energia em cinco Estados brasileiros nos próximos três anos: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Trata-se de uma região do porte da Inglaterra e ou da Itália e que tem uma distância de 2.500 km de ponta a ponta. Assim, não dava para esperar o Golf GTE da nova geração — a Volks precisa aprender antes como lidar com esse negócio, que abrange toda a América Latina. Mais cinco carros eletrificados serão lançados até 2023. 

Para o Golf GTE, porém, os objetivos são mais modestos. Somente três concessionárias vão entregar o carro: uma de Brasília (Brasal), uma de São Paulo (Caraigá Morumbi) e outra de Curitiba (Servopa). Em breve, faremos uma avaliação completa do Golf GTE e publicaremos um vídeo no Terra TV. 

O display central também serve para escolher um dos cinco modos de condução.
O display central também serve para escolher um dos cinco modos de condução.
Foto: Divulgação
Guia do Carro
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