Chevrolet Monza completa 30 anos; confira história do modelo
- Karina Craveiro
- Direto de São Paulo
"Poucos têm o que muitos desejam". Pensando no universo automotivo, é difícil não ler este slogan hoje e imaginar um carro de luxo. Mas há 30 anos, em um mercado limitado, era assim que a Chevrolet anunciava em 13 de maio aos brasileiros a chegada do Monza, carro que guarda uma legião de fãs até hoje.
Com produção encerrada em agosto de 1996, com 850 mil unidades comercializadas, o clássico modelo foi projetado pela Opel, subsidiária da Chevrolet na Europa. Originalmente, o modelo se chamava Ascona, mas teve seu nome mudado para o Brasil. "Ascona não soava bem para o ouvido do brasileiro, e resolvemos trocar para Monza, em referência à cidade italiana. Além disso, remetia às corridas, no circuito de Monza. Quem sabe esse não foi um dos fatores de sucesso, o nome do veículo", afirma Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia de produtos da General Motors do Brasil.
O Monza chegou às concessionárias da marca em maio de 1982, e logo em julho já havia atingido as 10 mil unidades. Equipado com motor 1.6 l, o modelo tinha carroceria hatch, e opções de câmbio manual de quatro ou cinco velocidades. Ainda em 1982, a Chevrolet lançou um motor mais potente, 1.8 l - uma resposta da marca às críticas de desempenho da unidade de força. A motorização equiparia a configuração sedã do Monza, de duas portas, que estreou um ano depois. No início de 1984, o concorrente de Ford Del Rey já tinha chegado à marca de 100 mil unidades produzidas.
A primeira versão esportiva estreou em 1985, quando a carroceria hatch ganhou uma edição S/R com detalhes exclusivos, motor 1.8 l, carburador de comando duplo e sistema otimizado de escape. Até então, o Monza era vendido apenas nas versões SL, SL/E e S/R. A versão Classic, mais luxuosa da linha, estreou somente em 1986, com câmbio automático e motor 2.0 l. Em 1990, a Chevrolet lançou o Monza com injeção eletrônica de combustível, seu primeiro modelo com tal tecnologia. Um ano mais tarde veio a segunda geração, conhecida popularmente como "Tubarão", vendido até 1996, quando foi substituído pelo Vectra.
Opinião dos donos
O economista Delfim Gonçalves da Fonseca Junior, 42 anos, proprietário de um Monza S/R 1985, diz que os 30 anos do modelo não deveriam passar em branco por alguns motivos. "Para muita gente o Monza foi um sonho de criança ou de adolescência que se tornou possível. Ele é utilizado como o veículo de uso diário, foi produzido no Brasil e teve mecânica que serviu de base para boa parte dos modelos da Chevrolet", defende ele, que já foi proprietário de um Monza SL/E 1985, um Monza Classic SE 2.0 1990, um Monza SL/E 1993 2.0 automático , um Monza Classic SE 2.0 1990, um Monza hatch S/R 2.0 1988 e um Monza GLS 2.0 1994.
O técnico em eletrônica Carlos Freire, 45 anos, comprou seu primeiro Monza em 1995, um sedã SL/E, ano 1987. Em 1999, trocou por um GLS, como motor 2.0 l, ano 1996, que tem até hoje. "Em 1995, estava à procura de um Volkswagen Passat ou Santana. Não encontrei nenhum em bom estado. Surgiu um Monza e fui verificar. De início peguei apenas para negócio, até que fiz a primeira viagem com o carro e fiquei muito impressionado com o desempenho, conforto e segurança. Não quis mais saber de outro carro. Em 1999 apareceu esse Monza GLS 96 completo, sendo o último ano do modelo. Fiquei com o carro, que só me dá alegrias¿, conta ele, que é consultor técnico do Clube do Monza, e chama seu atual modelo de Bruce.
A admiração do administrador de empresas Felippe Seifert, 26 anos, pelo modelo da Chevrolet começou quando ainda era criança e andava com o tio em seu Monza, um Classic S/E. "Eu era moleque, mas já gostava muito do carro. Quando tive a chance, comprei de um amigo um S/R, ano 1986, em agosto de 2011. O carro está todo original, e tenho até peças de reposição, como adesivos, borrachões e para-choque estocados", explica. Seifert não se importa em desfilar com o "Pedreiro Rancing", apelido carinhoso que o veículo ganhou. "Meus amigos me zoam e até minha mãe diz que eu sou maluco por andar com um modelo antigo. As mulheres também desconfiam e não costumam a olhar muito quando passo com ele. Mas não me importo. Esse carro é minha paixão", completa.