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Campos Neto elogia Milei e vê Brasil bem posicionado sob tarifaço, mas ainda devendo 'choque fiscal'

Ao traçar um panorama mais amplo do Brasil, ex-presidente do Banco Central afirmou que o País precisa revisar o tamanho da máquina pública

11 abr 2025 - 20h47
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O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou nesta sexta-feira, 11, de evento da Fami Capital, em São Paulo, em que fez considerações sobre o cenário econômico doméstico e global. O ex-banqueiro central elogiou os ajustes de Javier Milei na Argentina — enquanto o governo Argentino anunciava o fim de restrições à compra de dólares após acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Sobre o Brasil, afirmou que o País está "bem posicionado" em relação à política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e precisa manter o tom de neutralidade com a Casa Branca, buscando negociações.

"O Brasil não é o foco do problema que os Estados Unidos enxergam. Acho que o Brasil tem feito um bom trabalho", avaliou o ex-presidente do BC. "O Brasil tem de ser o mais neutro possível e não entrar nessa briga."

Entre as possíveis consequências da guerra comercial entre EUA e China para o País, Campos Neto citou que pode haver uma "invasão" de produtos chineses no Brasil, dado o fechamento para o mercado americano. "Isso traz uma pressão desinflacionária", detalhou o ex-BC, pontuando, porém, que é preciso analisar qual efeito esse movimento trará para a indústria nacional.

Ainda sobre as tarifas, Campos Neto disse que, segundo a literatura econômica, é difícil acreditar que o efeito de medidas como essa seja o de incentivo à indústria local do país que eleva as tarifas ou o aumento da arrecadação.

O ex-presidente do Banco Central do Brasil (BC) Roberto Campos Neto
O ex-presidente do Banco Central do Brasil (BC) Roberto Campos Neto
Foto: Wilton Júnior/Estadão / Estadão

Fiscal

Ao traçar um panorama mais amplo do Brasil, Campos Neto considerou que a saída para o País passa, entre outras coisas, por um "choque positivo" na política fiscal. Nesta seara, ele defendeu que é preciso haver a revisão de gastos sociais a partir, por exemplo, de mecanismos que garantam uma "porta de saída" para beneficiários de alguns programas. "Precisamos de uma revisão sobre o tamanho da máquina pública, com digitalização gerando eficiência para poder gastar menos", acrescentou.

O ex-presidente do BC também apontou que a inflação global observada no período após a pandemia foi um problema muito mais ligado ao aquecimento da demanda, por conta da ampliação do pagamento de benefícios sociais, do que em relação a uma questão de oferta.

Campos Neto disse ainda que não pode fazer comentários sobre decisões recentes da política monetária brasileira, por estar no período de quarentena após deixar o comando da autarquia, mas que a autoridade monetária tem feito um "trabalho correto" no curto prazo.

Questionado sobre como avaliava a política econômica do presidente da Argentina, Javier Milei, Campos Neto pontuou que o mandatário do país vizinho optou por um ajuste "forte e impopular", mas que parece estar no caminho certo e pode estar começando a dar resultado. "Houve uma contração muito forte da economia no último ano, mas na ponta agora parece que está indo para cima", disse o ex-banqueiro central, ressaltando, porém, que a Argentina ainda tem questões para serem resolvidas, principalmente o equilíbrio cambial.

Estadão
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