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Campos Neto critica aumento do IOF e diz que governo Lula erra em avaliação sobre inflação

Ex-presidente do Banco Central afirma faltar 'credibilidade fiscal' ao Brasil para juros voltar a cair; para ele, não há críticas a fazer sobre a autarquia: 'Se eu estivesse lá, faria a mesma coisa'

10 jun 2025 - 12h39
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O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto criticou a condução da política fiscal adotada pelo governo federal nesta terça-feira, 10, e usou a alta decretada no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como exemplo. "É um imposto que, no longo prazo, restringe o lucro de capital", disse durante evento da holding financeira B.Side, na capital paulista.

Ele criticou a postura do governo federal de tentar fazer a economia brasileira crescer por meio de estímulos à demanda. "Vejo muito nesse governo a tendência de achar que inflação é um problema de oferta e crescimento é um problema de demanda. Na verdade, é exatamente o contrário. Tem que gerar oferta para poder ter crescimento sustentável", disse Campos Neto.

"O IOF é um imposto que, a longo prazo, restringe o lucro de capital. Porque, se vou investir num lugar e fico com incerteza, se, na hora de sair, eu vou ter que pagar uma taxa, não vou investir."

Campos Neto defendeu que setor privado encontre soluções para o problema público
Campos Neto defendeu que setor privado encontre soluções para o problema público
Foto: Gabriela Biló/Estadão / Estadão

Nesse sentido, o ex-presidente destacou os Emirados Árabes como um dos locais de maior atração de capital no mundo. Segundo ele, a política fiscal adotada no País é justamente o contrário da estabelecida pelo Brasil no atual governo.

"Temos que dar estabilidade para quem quer entrar, e de poder sair a hora que quiser", continuou. "Penso que a reinvenção vem pelo lado privado (...). E volto a uma frase que eu sempre dizia no passado: 'O problema é que a gente ficou muitos anos tentando achar soluções públicas para problemas privados, porque a gente precisa achar solução privada para o problema público'."

Ainda sobre o Executivo, o ex-presidente do BC disse que há uma oportunidade (para a oposição ao atual governo) se aproximando em 2026 e que espera que a população brasileira "não deixe passar".

Credibilidade fiscal

Campos Neto afirmou que não tem nenhuma crítica a fazer em relação à condução atual da política monetária do País, que vem aumentando a taxa Selic nas últimas atas do Comitê de Política Monetária (Copom). "Se eu estivesse lá, faria a mesma coisa", disse.

"Acho que eles têm feito um trabalho dentro 'do que dá' para fazer, que é muito parecido com o que eu estaria fazendo", continuou Campos Neto. "Então, não tem muito o que falar de política monetária, porque de fato não há nenhuma crítica para fazer. Não acho que a 'bola' hoje está do lado da política monetária, está do lado da política fiscal."

Ao ser questionado sobre a leitura de que o ciclo de alta na taxa básica de juros teria acabado, o ex-presidente do BC salientou que mesmo se a Selic (que está projetada para se manter a 14,75% até o final do ano) baixe para eventuais 13%, ela continuará alta. Para Campos Neto, não há credibilidade fiscal no Brasil para que a taxa retorne ao patamar de um dígito.

"Não acho que tenhamos condição de gerar uma credibilidade fiscal muito diferente da que há hoje. Nos últimos tempos, a taxa está restritiva. Também é verdade que quando iniciamos o movimento, existiam vários sinais que mostravam superaquecimento da economia", explicou o ex-presidente. "Os sinais de superaquecimento estavam em vários lugares — parte de importação, a parte da demanda agregada subindo mais — Assim, a taxa foi elevada. Quando saí do BC, houve gás de fazer mais algumas elevações."

Estadão
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