Cadastro positivo pode adicionar R$ 200 bi no mercado
BRASÍLIA, 20 de maio de 2009 - A implantação do cadastro positivo aos moldes internacionais poderia adicionar novos R$ 200 bilhões ao mercado de crédito no Brasil. A avaliação é do diretor-executivo do Itaú, Sérgio Werlang. Ele disse que o cadastro positivo tem potencial de liberar o equivalente a 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) ao volume de crédito oferecido pelas instituições financeiras e reduzir um ponto percentual do crédito bancário. Mas esses valores não serão atingidos caso seja colocado em prática o texto aprovado na última terça-feira na Câmara dos Deputados. Segundo Werlang, a proposta contém problemas que encarecerão a implantação do cadastro positivo, citando como exemplos a criminalização da área operacional, no caso de abertura indevida de dados. A crítica de Werlang foi feita durante participação em audiência pública realizada na tarde de hoje na Câmara dos Deputados.Werlang pediu também o fim da incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito, como mais um instrumento na meta de redução das taxas de juros. Segundo o executivo do Itaú, o IOF foi criado na década de 1970 como um instrumento regulatório e agora tem perfil arrecadatório, o que gera distorção no mercado. Outra sugestão levada aos parlamentares foi a de reduzir os depósitos compulsórios sobre os depósitos à vista e a prazo. Conforme dados do Banco Central relativos ao último dia 15, havia R$ 200 bilhões bloqueados em depósitos compulsórios. Segundo Werlang, no mercado internacional o máximo de depósitos compulsórios é de 15%. No Brasil, os depósitos à vista têm recolhimento obrigatório de 45%.Mais contido nas críticas, o vice-presidente de finanças da Caixa Econômica Federal, Márcio Percival, disse que o cadastro positivo "é um passo muito importante" e que vai ajudar os bancos a atuarem com taxas de juros menores. "Ter um histórico de qualificação do cliente dá mais segurança aos bancos", avaliou Percival.(Ayr Aliski - Gazeta Mercantil)