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Brasil tem déficit na transparência de dados climáticos entre marcas de moda, aponta índice

Segundo o Índice de Transparência da Moda, pontuação média das maiores empresas de vestuário e calçados no País é de 24%; confira as dez mais transparentes

3 nov 2025 - 13h49
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A publicação de compromissos e resultados relacionados à agenda climática parece não ser uma prioridade do setor da moda no Brasil. Entre as 60 maiores marcas do segmento em operação no País, o índice médio de transparência sobre esse tema é de 24%. Quase metade delas (27 marcas) não divulgaram nenhuma informação do tipo entre janeiro de 2023 e julho de 2025.

Os dados são da pesquisa "Índice de Transparência da Moda Brasil - Edição Clima", da organização Fashion Revolution Brasil, divulgada nesta segunda-feira, 3. O mapeamento monitorou a disponibilidade de informações de marcas dos segmentos de vestuário e de calçados, com faturamento acima de R$ 145 milhões, entre brasileiras e internacionais com produtos à venda no Brasil.

Foi avaliado pelo índice o nível de divulgação pública de informações em cinco áreas consideradas críticas pela organização: rastreabilidade da cadeia de fornecimento; emissões de carbono; descarbonização e desmatamento zero; uso de energia renovável e transição justa.

Entre os pontos, o mais avançado em relação à transparência foi o da divulgação das emissões de carbono (40%), seguido por aquisição e uso de energia renovável (33%). Já a transição justa foi o tópico de pior desempenho — 9% no nível de transparência.

De acordo com Corrêa, a empresa deseja "seguir elevando o padrão de transparência no setor, com avanços consistentes e mensuráveis". "Iniciamos em 2024 um projeto com fornecedores estratégicos para coletar dados primários de emissões e aprimorar nosso inventário, aumentando a precisão e a rastreabilidade de ponta a ponta. Também seguiremos expandindo a aplicação de QRCode nas etiquetas, que darão transparência à origem e ao processo produtivo das peças", afirma o executivo.

Já na Riachuelo, o Índice de Transparência da Moda é uma das metodologias que têm sido usadas internamente para melhorar a estratégia de sustentabilidade da empresa, diz a diretora de Sustentabilidade, Taciana Abreu. Para ela, o diferencial da companhia é possuir a própria fábrica, garantindo maior controle socioambiental, além de ter a cadeia de fornecedores terceirizados auditada pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) e ter avançado em transparência, com coleções rastreáveis via blockchain.

Taciana Abreu é diretora de sustentabilidade da Riachuelo
Taciana Abreu é diretora de sustentabilidade da Riachuelo
Foto: Riachuelo/Divulgação / Estadão

Para 2026, a empresa planeja o aumento de peças rastreáveis para dar transparência à peça desde o cultivo da matéria-prima, passando por fiação, tecelagem, confecção e distribuição. "Esse movimento vem sendo comunicado por meio de QRCode estampado no produto, nas etiquetas, em ativações em loja, nas redes sociais, na imprensa, na descrição de produto. O nosso objetivo é que os atributos de sustentabilidade sejam traduzidos e se tornem acessíveis para que os clientes possam fazer escolhas mais conscientes de consumo."

Pelas marcas Arezzo e Reserva, a executiva Suelen Joner, diretora de Sustentabilidade do Grupo Azzas, diz que a empresa entende o seu papel e responsabilidade sobre o tema climático. Ela destaca, entre outras medidas, ter avançado em um projeto de rastreabilidade do couro usado em calçados e bolsas, iniciado em 2022, para garantir que o material não esteja ligado ao desmatamento. A meta é chegar a 2030 com 100% do couro rastreado em todos os produtos, assim como aumentar o rastreio dos demais suprimentos da cadeia.

Suelen Joner é diretora de Sustentabilidade do Grupo Azzas
Suelen Joner é diretora de Sustentabilidade do Grupo Azzas
Foto: Grupo Azzas/Divulgação / Estadão

"Estamos investindo em sistemas digitais integrados de gestão de dados socioambientais, que permitirão o monitoramento em tempo real dos indicadores de emissões, consumo de energia, água e resíduos. Pretendemos também expandir o uso da tecnologia blockchain para outras matérias-primas além do couro, garantindo rastreabilidade total. Além disso, seguiremos aprimorando nossos relatórios alinhados às recomendações do TCFD (Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima) e às normas internacionais, ampliando a divulgação de riscos e oportunidades climáticas de forma acessível."

As marcas Adidas, Ipanema, Melissa e Malwee não comentaram.

Estadão
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