BNDES já aprovou R$ 1,5 bi de plano para empresas afetadas por tarifaço de Trump
Desde quinta-feira, 18, 155 pedidos de crédito foram protocolados no banco, totalizando R$ 4 bilhões
RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 1,5 bilhão em crédito com recursos do Plano Brasil Soberano para empresas afetadas pelas medidas tarifárias impostas pelo governo dos Estados Unidos. Ao todo, foram realizadas 106 operações na linha de Capital de Giro, informou o banco de fomento.
Desde a última quinta-feira, 18, 155 pedidos de crédito foram protocolados no banco, totalizando R$ 4 bilhões. Do total protocolado, estão em análise R$ 2,3 bilhões referentes à linha Giro Diversificação, voltada para a busca de novos mercados, e outros R$ 200 milhões na linha Capital de Giro.
"Os resultados reforçam a confiança das empresas brasileiras para manterem seus negócios, buscarem novos mercados e protegerem os empregos, pois podem contar com o governo do presidente Lula, que colocou o BNDES e as instituições financeiras parceiras de prontidão para apoiar a economia nacional", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Ele reafirmou que o governo dará todo o suporte às empresas brasileiras afetadas pelas tarifas dos Estados Unidos. "Nenhuma empresa impactada pelas tarifas ficará para trás", disse a jornalistas na saída do seminário "Direito, democracia e crédito: construindo um desenvolvimento sustentável e equitativo", realizado na sede do banco, no Rio de Janeiro.
Em três dias, o banco realizou 106 operações na linha de capital de giro.
O BNDES vai operar R$ 40 bilhões em crédito: R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões de recursos próprios. Questionado sobre se o valor é suficiente, Mercadante lembrou que, conforme resolução aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na sexta-feira, 22, terão acesso aos recursos do FGE empresas de todos os portes que foram prejudicadas pela tarifa de 50% e cuja receita bruta com exportações aos Estados Unidos represente ao menos 5% do total apurado entre julho de 2024 e junho de 2025.
Questionado novamente sobre se os R$ 30 bilhões disponibilizados pelo FGE bastam, o presidente do BNDES enfatizou a necessidade de manter o diálogo para superar as dificuldades do setor exportador afetado pelas medidas tarifárias impostas pelo governo dos Estados Unidos.
"Eu espero que (as dificuldades) sejam superadas no diálogo que foi aberto hoje (terça-feira, 23) por iniciativa do presidente Trump. Há um esforço muito grande do Brasil que, com tarifas impostas de forma unilateral e sem nenhum critério de racionalidade econômica, de mitigar esse impacto e contribuir para que essas empresas se recuperem", pontuou.