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BCE aumenta estímulo contra pandemia a 1,35 tri de euros

4 jun 2020 - 09h15
(atualizado às 11h15)
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O Banco Central Europeu aprovou uma expansão maior do que a esperada em seu programa de estímulo nesta quinta-feira para impulsionar uma economia que afundou em sua maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial devido à pandemia de coronavírus.

Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, na sede do banco, em Frankfurt
04/11/2019
REUTERS/Ralph Orlowski
Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, na sede do banco, em Frankfurt 04/11/2019 REUTERS/Ralph Orlowski
Foto: Reuters

Poucos meses após uma série de medidas emergenciais, o BCE aumentará o tamanho do seu Programa de Compra de Emergência Pandêmica em 600 bilhões de euros, para 1,35 trilhão de euros, e prorrogou o programa até junho de 2021, seis meses a mais do que o originalmente planejado.

O BCE também disse que vai reinvestir os recursos até pelo menos o final de 2022.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, minimizou as especulações de que o banco poderia seguir o Federal Reserve dos EUA na compra de títulos arriscados sem grau de investimento, dizendo que essa opção nem sequer foi discutida pelas autoridades.

O anúncio -- que ocorre apenas algumas semanas após o Tribunal Constitucional da Alemanha ter decidido que o BCE estava abusando de seu mandato com um programa de compra de ativos de longa data -- provocou um rali no euro e no mercado de títulos.

"As medidas de flexibilização de hoje foram outro exemplo de que o BCE fala sério e está pronto para fazer o que for necessário para ajudar a área do euro a sobreviver à crise do corona. O BCE fará sua parte e espera que os governos façam a parte deles", disseram analistas da Nordea em nota.

O banco revisou drasticamente seu cenário base para a produção da zona do euro este ano, prevendo contração de 8,7% em relação ao modesto aumento de 0,8% previsto em março.

O BCE previu uma recuperação parcial, com crescimento de 5,2% no próximo ano e de 3,3% em 2022, mas Lagarde disse em entrevista coletiva que os sinais de qualquer recuperação até agora são "mornos", e que os riscos para a projeção básica estão pendendo para o lado negativo.

"A economia da zona do euro está passando por uma contração sem precedentes. Houve uma queda abrupta da atividade econômica como resultado da pandemia de coronavírus e das medidas tomadas para contê-la", disse Lagarde.

Ela disse estar confiante de que uma "boa solução" pode ser encontrada para o impasse legal com o a corte suprema da Alemanha.

À medida que a crise econômica se aprofunda e se estende por mais tempo do que o esperado, os governos enfrentam déficits recordes para amortecer o impacto da pandemia, colocando um fardo maior sobre o BCE para que absorva essa nova dívida e mantenha os custos dos empréstimos administráveis.

Lagarde comemorou o que chamou de proposta "ambiciosa" da Comissão Europeia de um orçamento de 1,1 trilhão de euros para o bloco para 2021 a 2027, com um fundo de recuperação extra no valor de 750 bilhões de euros.

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