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BC perde R$ 8 bilhões para conter alta do dólar em novembro

27 dez 2013 - 16h41
(atualizado às 16h44)
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Banco Central promoveu leilões de swap cambial para conter a alta do dólar em novembro
Foto: Shutterstock

Com o reforço de receitas extras bilionárias, o setor público brasileiro registrou superávit primário de R$ 29,745 bilhões no mês passado, recorde para meses de novembro, mas ainda assim continua evidente o risco de descumprimento da meta ajustada deste ano. Apesar do forte resultado primário, no mês passado o setor público registrou déficit nominal - receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros - de R$ 175 milhões por causa da apropriação com juros que, no período, somou R$ 29,920 bilhões, recorde histórico. Segundo o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, essa alta nos juros veio das perdas de R$ 8 bilhões que a autoridade monetária registrou no mês passado com as operações de swap cambial - amplamente utilizadas para conter a alta do dólar.

Segundo informou o Banco Central nesta sexta-feira, em 12 meses até novembro, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 2,17% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano, o saldo estava positivo em R$ 80,899 bilhões até novembro, ainda longe da meta ajustada de pouco mais de R$ 110 bilhões para 2013. O número recorde de novembro veio da receita extra de R$ 35 bilhões que engordou o caixa do governo, com o Refis (R$ 20 bilhões) e com o recebimento do bônus para exploração do campo de petróleo de Libra, que somaram R$ 15 bilhões.

Estados e municípios

No mês passado, o governo central (governo federal, BC e Previdência) registrou superávit primário de R$ 28,608 bilhões, acumulando no ano R$ 60,546 bilhões. Já os Estados e municípios registraram primário de R$ 949 bilhões no mês passado, chegando a R$ 20,168 bilhões no ano. A meta de superávit primário cheia para o setor público consolidado em 2013 é de R$ 155,9 bilhões, cerca de 3,1% do PIB, mas foi ajustada para 2,3% diante das fortes desonerações e do fraco desempenho da economia, que afetaram a geração de receitas.

Esse risco de descumprimento da meta alimenta as críticas de agentes econômicos, colocando no radar o possível rebaixamento do rating brasileiro. Neste contexto, o governo se prepara para assumir um discurso mais claro em 2014, enfatizando que no próximo ano o superávit a ser feito não será inferior ao realizado pelo setor público em 2013, a fim de manter a relação dívida/PIB em queda. O BC informou ainda que, em novembro, a dívida pública representou 33,9% do PIB, abaixo dos 34,3% estimados em pesquisa Reuters.

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