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Assembleia de acionistas da OGX elege três conselheiros

1 nov 2013 - 15h56
(atualizado às 16h02)
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<p>OGX enfrenta forte crise</p>
OGX enfrenta forte crise
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Uma assembleia de acionistas da OGX, de Eike Batista, elegeu nesta sexta-feira três novos integrantes para o Conselho de Administração da companhia. Os conselheiros eleitos são Jorge Rojas Carro, Adriano Salvato Salve e Renato Paulino de Carvalho Filho, segundo a assessoria de imprensa da petroleira. A assembleia ocorreu na mesma semana em que a endividada OGX pediu recuperação judicial.

Carro foi eleito para a vaga de Luiz Eduardo Carneiro, que atuava também como presidente-executivo e foi demitido em meados do mês.

Sob o comando de Carneiro, que assumiu a OGX em junho de 2012, a diretoria da empresa decidiu exercer, no começo de setembro, uma opção contra o controlador Eike Batista para que ele injete até US$ 1 bilhão na companhia. O controlador está questionando a opção e disse que poderá recorrer à Câmara de Arbitragem. Salve e Carvalho Filho foram eleitos como membros independentes, segundo a assessoria.

Crise na OGX

O empresário Eike Batista entrou nesta quarta-feira com pedido de recuperação judicial de sua petroleira, a OGX. Considerada pelo próprio Eike como um de seus projetos “a prova de idiotas”, a companhia agora vai ganhar uma “trégua” de até 180 dias para se mostrar capaz de resolver os problemas ou terá que decretar falência.

Com o anúncio do não pagamento das parcelas de juros remuneratórios no valor aproximado de US$ 45 milhões no final de setembro, a saída para a OGX passou a ser a recuperação judicial. O pedido deveria ser realizado até o último dia do mês de outubro.

Com o anúncio do calote no pagamento dos juros, as ações da petroleira passaram o mês de outubro sendo negociadas pelos menores valores desde que passaram a fazer parte da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Nesta quarta, as ações da empresa caíram mais 26,09% e fecharam a R$ 0,17 - 99,26% menos que a cotação máxima que os papéis já atingiram (R$ 23,28).

Em setembro, quando o fim da empresa já parecia iminente, o empresário ainda se recusava a assumir a culpa pelo fracasso da OGX. Em entrevista ao The Wall Street Journal, ele afirmou que foi enganado por seus ex-executivos, o qual costumava a chamar de "Dream Team" (time dos sonhos), e disse ainda que seu mapa astral não o favorecia durante o anúncio de que a OGX não conseguiria produzir o que havia prometido e que até mesmo seus investidores o abandonaram muito rápido. Apesar da crise, dono do grupo EBX disse que voltará a ganhar dinheiro com suas empresas.

Recuperação judicial

Eike não admitiu que tinha conhecimento que seus campos não teriam a produção anunciada na prospecção de investidores de 2008 a 2010 – de cerca de 40 mil barris por dia – e afirmou que foi enganado pelos executivos, que apresentaram relatórios de progresso nas operações a fim de que ele os pagasse bônus. Segundo ele, por ser dono de uma grande empresa ele não tinha o conhecimento técnico para analisar o que era repassado a ele nos relatórios.

Otimista, o empresário reiterou que suas empresas eram realmente "à prova de idiotas", pois conseguiu vender o controle acionário de diversas delas, mesmo em um momento de "mercado louco".

Vantagens da recuperação judicial

A vantagem da recuperação judicial é que ela faz com que todos os processos de execução contra a empresa fiquem parados pelo prazo legal de seis meses e que a mesma continue produzindo e, nesse período, tente se reerguer.

De acordo com informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), as operações da OGX continuam mesmo com a iminente recuperação judicial.  “O pedido de recuperação judicial só culmina na resolução dos contratos quando houver inadimplemento absoluto do concessionário nos termos da cláusula”.

A queda da OGX deve levar para baixou outras empresas “irmãs” do grupo EBX. Pelo menos a A construtora de navios OSX, muito dependente das demandas geradas pelas plataformas da OGX, deve sofrer em conjunto após o pedido de recuperação judicial da petroleira.

A queda da OGX deve levar para baixou outras empresas “irmãs” do grupo EBX. Pelo menos a A construtora de navios OSX, muito dependente das demandas geradas pelas plataformas da OGX, deve sofrer em conjunto após o pedido de recuperação judicial da petroleira.

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