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Anúncio de relator da Previdência na CCJ é adiado após governo entregar projeto de militares

21 mar 2019 - 10h48
(atualizado às 13h00)
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O anúncio de um nome para relatar a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, previsto para esta quinta-feira, foi adiado à espera de um "esclarecimento" do governo sobre o projeto que trata da reestruturação de carreira e da aposentadoria dos militares, informou a liderança do PSL na Casa.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, durante entrevista coletiva em Brasília
20/03/2019
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Economia, Paulo Guedes, durante entrevista coletiva em Brasília 20/03/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Segundo a liderança do partido, o mesmo do presidente Jair Bolsonaro, ficou acordado entre líderes que só haverá a indicação de um relator na CCJ após o governo, por meio do Ministério da Economia, explicar o projeto entregue ao Congresso na véspera.

Mas nos bastidores, credita-se o adiamento do anúncio a uma dificuldade na escolha de um nome. Deputados do Nordeste, por exemplo, têm se esquivado da tarefa, por medo do impacto negativo em suas bases, segundo uma liderança que acompanha as discussões.

"É uma pressão forte. Vai ser difícil encontrar alguém que tope isso", disse a liderança, que prefere a condição de anonimato.

Segundo essa fonte, terá de ser encontrado um relator do Sul, Sudeste ou Centro-Oeste, que seja alinhado ao governo e que tenha um mínimo domínio do assunto. O partido, neste caso, informou a liderança, tem pouco peso na escolha.

A fonte relatou que o deputado Eduardo Cury (PSDB-SP) chegou a ser considerado para o posto, mas um "curto-circuito" entre o PSL e o PSDB colocou a indicação em modo de espera. Um integrante do PSL fez declarações duras contra o presidente nacional do PSDB Geraldo Alckmin, e irritado a turma do tucano.

Na avaliação da fonte, a escolha da relatoria na comissão especial deve ser ainda mais complexa. A CCJ é responsável pela análise da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), enquanto a comissão especial se debruça sobre o mérito em si.

Com um impacto positivo para as contas públicas de apenas 10,45 bilhões de reais em 10 anos, após incorporar uma reestruturação da carreira e benefícios à categoria para obter a benção do Ministério da Defesa, a reforma da Previdência das Forças Armadas apresentada na quarta-feira pelo governo já provocou algumas críticas no Congresso, mesmo entre aliados do Palácio do Planalto.

Muitos deles, aliás, alertaram para o risco de a reestruturação concedida aos militares abrir a porteira para que outras categorias demandem o mesmo.

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