Você come este inseto quase todo dia e não sabe
Consumidores frequentemente desconhecem que, diariamente, consomem produtos de origem da cochonilha, um pequeno inseto. Saiba como ele é acrescentado em alimentos.
Entre ingredientes presentes em boa parte da alimentação cotidiana, aparece um componente pouco conhecido pela maioria: a cochonilha. Consumidores frequentemente desconhecem que, diariamente, consomem produtos de origem desse pequeno inseto, presente em alimentos industrializados, principalmente devido a uma substância derivada de seu corpo.
Muitos itens nos supermercados utilizam a cochonilha de maneira indireta ou direta. O inseto, popular no cultivo de plantas, tornou-se essencial para a indústria alimentícia ao longo das últimas décadas. Em especial, como fornecedor principal para a produção de certos corantes naturais empregados para realçar a cor de produtos.
O que é a cochonilha e por que seu uso é frequente?
A cochonilha é um inseto pertencente à ordem Hemiptera, normalmente conhecido por habitar folhas e caules de plantas diversas. Sua presença vai além do mundo botânico. Afinal, ela desempenha um papel decisivo na formulação de muitos produtos alimentícios, graças à extração do ácido carmínico. Este composto é o ponto de partida para a obtenção do corante carmim — que aparece nos rótulos por termos como E120 ou simplesmente corante natural.
A aplicação desse corante advindo da cochonilha ocorre em iogurtes, balas de goma, bebidas, frutas cristalizadas, gelatinas, produtos de confeitaria, recheios, entre outros. A valorização do carmim se dá por sua coloração intensa e estabilidade diante da luz e variações de temperatura. Assim, ele se torna uma escolha frequente para indústrias que buscam alternativas aos corantes artificiais.
Quais alimentos contêm cochonilha?
É comum encontrar o corante de cochonilha em uma série de alimentos industrializados presentes no dia a dia. Para identificar a presença de derivados desse inseto, basta observar os rótulos de produtos coloridos de vermelho, rosa ou tons similares. Dentre os exemplos mais recorrentes, destacam-se:
- Iogurtes de frutas
- Bebidas lácteas avermelhadas
- Balas de diversos tipos
- Sorvetes de morango ou frutas vermelhas
- Doces de padaria, como glacês
- Salsichas e embutidos
- Produtos de confeitaria industrializada
Além dos alimentos, cosméticos como batons, sombras e até medicamentos podem apresentar o corante de cochonilha em suas composições.
Como identificar a cochonilha na lista de ingredientes?
Como saber se um produto utiliza cochonilha na sua produção? No Brasil, os rótulos revelam a presença desse ingrediente por meio da designação "corante carmim", "carmim de cochonilha", "corante natural de cochonilha", ou pelo código internacional E120. Algumas marcas mais detalhistas também podem usar as variações "ácido carmínico" ou "extrato de cochonilha".
Para quem deseja evitar o consumo, é recomendado fazer uma verificação atenta dos rótulos dos alimentos antes da compra. No entanto, vale ressaltar que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regulamenta o uso do corante, determinando limites para a sua adição nos produtos alimentícios e exigindo que a informação esteja visível ao consumidor.
Curiosidades sobre o uso de cochonilha na alimentação
A produção do corante de cochonilha não é uma novidade recente; há registros do uso dessa substância desde tempos antigos, especialmente por civilizações da América Central. Atualmente, a produção industrial envolve extração em larga escala, ampliando sua aplicação não somente para a alimentação humana, mas também na indústria têxtil e de cosméticos.
- Vegetarianos, veganos e pessoas com alergias podem buscar alternativas sintéticas ou naturais de origem vegetal;
- O carmim é considerado um dos corantes naturais mais persistentes à luz e ao calor, favorecendo sua popularização mundial;
- Apesar da naturalidade do processo, o consumo de produtos com o corante de cochonilha pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis;
- O Peru é um dos principais exportadores de cochonilha no mundo, abastecendo diversos países, inclusive o Brasil;
Portanto, a presença de derivados da cochonilha na alimentação diária é um fato curioso e relevante, sendo importante a leitura atenta de ingredientes para quem deseja saber exatamente o que está consumindo. Essa informação evidencia como detalhes discretos do processo industrial podem passar despercebidos, ainda que façam parte da rotina alimentar de milhões de pessoas.
