Taís Araújo precisou esperar 16 anos para ir do massacre do público à aclamação entre duas novelas das 9
Atriz confirma a teoria de que o noveleiro não aceita protagonista que já começa no auge
Em ‘Vale Tudo’, a sequência da catarse de Raquel ao confrontar a filha Fátima, com direito a tapa na cara e vestido de noiva rasgado, levou o público ao delírio.
Nas redes sociais, Taís Araújo recebeu acertados elogios por sua atuação. Para a atriz, esse sucesso tem gosto de justiça. Acontece 16 anos após ela viver o pior momento de sua carreira e um dos mais cruéis da vida pessoal.
O protagonismo em ‘Viver a Vida’ trouxe rejeição generalizada de sua atuação como Helena, ataques pessoais (inclusive nas ruas) e uma depressão que quase a fez desistir da TV.
Como ela relembrou este ano no ‘Fantástico’, a maioria das pessoas não aceitou ver uma negra já começar a trama bem-sucedida, sem ter comido o pão que o diabo amassou — como ocorre agora com a batalhadora Raquel.
O sadismo do público (associado ao racismo de parcela da audiência) impôs a Taís uma malhação do Judas. Ela adoeceu mentalmente durante as gravações. Superado o drama real com o fim da novela, a atriz decidiu mudar seu posicionamento.
“Tive um insight, ‘eu preciso botar minha negritude para falar em todas minhas personagens’. Tanto que minha carreira é uma antes e depois.”
Sua Raquel é a cara da mulher brasileira, independentemente de raça e cor: cai, levanta, chora, ri, ama, despreza, empreende e vence.
Hoje, aos 46 anos, Taís Araújo representa a maturidade artística e a força visceral para enfrentar (e derrotar) o preconceito e os sabotadores. Merecidamente famosa, rica, respeitada e aplaudida.