Alexandre possui Andrezza e destrói casamento em nova vingança em 'A Viagem'
Espírito obsessor de Alexandre usa Andrezza para atacar Raul e causa reviravolta devastadora em 'A Viagem', novela do 'Vale a Pena Ver de Novo'
A novela "A Viagem", um fenômeno da teledramaturgia brasileira, transcendeu as telas com sua abordagem do espiritismo e do além. No cerne de sua trama dramática, o espírito obsessor de Alexandre (Guilherme Fontes) figura como um dos vilões mais emblemáticos, não apenas por sua sede de vingança, mas pela forma como sua influência espiritual desencadeia tragédias e, surpreendentemente, reverberou até nos bastidores da produção.
Recentemente, a obsessão de Alexandre ganhou um novo capítulo ao possuir Andrezza (Thaís de Campos), a esposa de seu irmão, Raul (Miguel Falabella). A estratégia, arquitetada do "Vale dos Suicidas", revela a malevolência crescente do espírito, que, incapaz de aceitar sua morte e responsabilizando Raul, Téo (Maurício Mattar) e Otávio (Antonio Fagundes) por seu destino, busca destruir a felicidade alheia. A posse de Andrezza é um golpe devastador: a personagem, antes equilibrada, sucumbe a acessos de fúria e ressentimento, colocando um fim trágico ao casamento com Raul, que observa impotente a transformação da mulher amada, sem compreender a dimensão espiritual do problema.
Influência espiritual do vilão
A profundidade com que "A Viagem" explorou temas como vida após a morte, reencarnação e obsessão espiritual não apenas cativou o público, mas gerou um impacto cultural notável. Na época de sua exibição original, em 1994, livrarias brasileiras registraram um aumento de 50% nas vendas de livros com temática espírita, atestando o poder da novela em influenciar a sociedade e despertar o interesse em questões metafísicas. Esse sucesso se deve, em grande parte, à ousadia de Ivani Ribeiro, a autora, em trazer à tona um assunto tão particular para o horário nobre, algo que Miguel Falabella, o intérprete de Raul, chegou a atribuir ao "brasileiro adorar sexo e coisas do além" — uma combinação irresistível para a audiência, que buscava um escape da "vida desgraçada".
Os bastidores de "A Viagem" também foram palco de relatos sobrenaturais que adicionaram uma camada de mistério à produção. Christiane Torloni, que viveu Diná, a irmã de Alexandre, compartilhou experiências como luzes piscando e objetos caindo em sua casa. Lucinha Lins (Estela) narrou um dos momentos mais marcantes: durante a gravação da cena da cremação de Alexandre, uma borboleta amarela, que muitos interpretaram como um sinal, pousou repetidamente no caixão cenográfico, proporcionando um momento de alento em uma cena já emocionalmente carregada, especialmente para Torloni, que havia perdido um filho recentemente.
Apesar das críticas iniciais de Miguel Falabella sobre o ritmo de gravação da novela - que ele considerava "muito cansativa" devido ao excesso de cenários e à ação não concentrada -, a verdade é que "A Viagem" se consolidou como um marco. Guilherme Fontes, o eterno Alexandre, ainda é associado ao personagem, demonstrando a força e a atemporalidade da trama. Thaís de Campos, após sua participação como Andrezza, seguiu um caminho diferente, afastando-se das novelas para atuar nos bastidores da arte dramática, revelando o legado duradouro de uma produção que marcou não apenas a televisão, mas a vida de seus artistas e o imaginário popular. A reencarnação de Alexandre no filho de Lisa e Téo, na reta final da novela, simbolizou a mensagem de evolução e redenção, temas tão caros à trama e ao espiritismo.