Marcos Mion busca seu próprio tom no comando do 'Ídolos'
- Geraldo Bessa
O humor e a música sempre pautaram a carreira televisiva de Marcos Mion. Seja com seus comentários afiados sobre cantores e bandas nos programas que comandou na MTV, ou nos quadros de imitação do Legendários, seu atual programa na Record. É por isso que ele encara com naturalidade ter sido escolhido para substituir Rodrigo Faro no comando da quinta temporada do reality musical Ídolos, que tem previsão de estreia para o início do segundo semestre. "O Rodrigo vai fazer um programa diário na emissora e não poderia conciliar com essa função. Me chamaram e eu aceitei na hora. Ouço muito que o programa é a minha cara", gaba-se. Para Mion, pela postura e carisma de Faro - de quem se diz amigo - substituí-lo é uma árdua tarefa. Ciente das inevitáveis comparações, ele quer buscar seu próprio tom à frente do programa. "Seria meio tosco tentar parecer alguém. Quero adequar meu humor e meu estilo de apresentar ao formato do programa", garante o apresentador paulistano.
Desde o início de junho em dupla jornada na Record, Mion precisa organizar muito bem a agenda para dar conta de fechar as matérias de Legendários - que vai ao ar todo sábado, às 23h - com as eliminatórias de Ídolos, que já passou por cidades como Goiânia, Salvador e Rio de Janeiro. "Ainda teremos audições em Porto Alegre e São Paulo. Me dedico ao Ídolos de sábado a quarta, o tempo que me sobra eu gravo o Legendários e fico com a minha família", detalha. Na maratona para os dois programas, Mion é categórico ao dizer que a façanha não seria possível sem o apoio dos colegas e da equipe técnica do humorístico, que este ano completa dois anos de exibição. "Batalhei muito para levar a minha ideia ao ar. Costumo dizer que o Legendários foi um sonho meu que também se tornou o sonho da minha equipe", valoriza.
Acostumado a projetos de caráter mais pessoal - como o Descontrole, que apresentou na Band em 2002, e o Mucho Macho, exibido em 2007 pela MTV -, Mion sente certo estranhamento ao trabalhar em um programa de formato delimitado, como o Ídolos, que é de propriedade da produtora inglesa Fremantle. "O programa está indo para a quinta temporada. Então, a equipe já está mais que integrada. Eles me dão dicas preciosas, sabem o que pode funcionar e me receberam de braços abertos. Isso me deixa bem confortável", ressalta. Telespectador antigo, tanto da versão americana - American Idol - quanto da versão nacional de Ídolos, ele assume ter noção da dinâmica da disputa, assim como entende a motivação dos participantes em mostrarem a voz, ou a falta dela, em busca de visibilidade e sucesso. "Já estive do lado dos participantes, batalhando um oportunidade de mostrar meu trabalho. Corri muito atrás para realizar os meus objetivos", emociona-se o apresentador de 33 anos recém-completados.
Durante as viagens para as primeiras audições do reality, inclusive, o contato com os inscritos para a disputa foi o que mais chamou a atenção de Mion. Entre uma cena e outra, ao gravar na fila e nas arquibancadas, ele aproveita para conversar com os aspirantes a cantores e tenta saber um pouco mais sobre a vida de alguns dos mais de 25 mil inscritos para a edição 2012. Aliás, para nesta temporada, além do contrato com uma gravadora, o vencedor de Ídolos também leva um prêmio de R$ 500 mil. "Acho que essa premiação deixou a disputa mais séria. É claro que tem muita gente que se inscreve para aparecer na TV. Mas pelo que vi, a maioria quer mesmo é mostrar talento", avisa.