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Leilane Neubarth comemora nova fase no 'Edição das Seis'

22 dez 2009 - 11h27
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Arcângela Mota

Aos 51 anos de idade e 30 de profissão, Leilane Neubarth já fez de tudo um pouco no telejornalismo. Falante e com a memória afiada, ela lista com orgulho e, sem hesitar, seus principais trabalhos como repórter e apresentadora da Globo, emissora onde começou como estagiária em 1979.

Apesar da vasta experiência, a jornalista confessa que vive uma nova fase como apresentadora do telejornal Edição das Seis, da Globo News. E não esconde sua empolgação com o trabalho. "Tem sido uma experiência única e muito rica. Agora tenho muito mais liberdade em toda a execução do jornal", orgulha-se.

Leilane acredita que o toque informal e mais dinâmico que caracterizam o Edição das Seis representam uma tendência no jornalismo. E ela se considera privilegiada por testemunhar essa mudança. "Para mim é uma honra ter atravessado todas as partes de um jornalismo que começou careta e vem se tornando cada vez mais flexível", avalia.

Você já trabalhou em alguns dos principais telejornais brasileiros. O que o Edição das Seis traz de novo em sua carreira?

O Edição das Seis é, acima de tudo, um estímulo para mim. Eu vim do RJ TV, um telejornal que está espremido entre duas novelas. Lá eu não tinha liberdade alguma, apenas lia o que estava escrito. Não podia fazer um improviso, senão já gritavam no meu ouvido. Trabalhar em um canal de notícias e ter mais tempo é maravilhoso. Tenho uma participação e uma liberdade maior em todos os sentidos, desde a ancoragem até o controle dos entrevistados. Quando fui convidada a ir para a Globo News topei na hora. É sempre bom dar uma sacudida.

Como você encara as mudanças notelejornalismo ao longo desses 30 anos de profissão?

O Jornalismo vem se soltando. Hoje em dia, as pessoas querem ver um ser humano, não um robô. Se você não se mexe, elas reclamam. Se não faz um comentário, sentem falta. Senti na pele essa mudança quando fui apresentar o Bom Dia Brasil, em 1996. O Evandro Carlos de Andrade, que era o diretor da Central Globo de Jornalismo, chamou a equipe e disse "quero que vocês façam o 'balão de ensaio' do jornalismo do século 21". Era a primeira vez que a Globo dizia para um apresentador se soltar e falar coisas que não estavam escritas. Como estava acostumada a fazer o contrário, ficava sempre pisando em ovos. Mas foi uma experiência ótima.

Toda sua experiência é na TV. De onde surgiu esse interesse pelo telejornal?

Sempre quis fazer um jornalismo que fosse visto pelo maior número de pessoas. Quando comecei minha carreira, a gente vivia em um país cheio de analfabetos, com pessoas que muitas vezes não possuíam dinheiro para comprar jornal, mas que tinham um aparelho de televisão em casa. Era isso que me movia. A possibilidade de falar com um número enorme de pessoas de todos os níveis sociais. O engraçado é que, na faculdade, enfrentei preconceitos por causa disso. Naquela época, no início da década de 80, trabalhar na televisão era coisa do Diabo, sinônimo de ser a favor do imperialismo, do governo e da ditadura. Alguns amigos meus viraram as costas e pararam de falar comigo quando fui estagiar na Globo.

Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?

Sem dúvida, foi a cobertura do Rally Granada-Dakar, em 1999. Até hoje nenhuma mulher sul-americana fez o que eu fiz. Durante 25 dias, eu acompanhei a corrida como jornalista e competidora. Até então nenhum repórter brasileiro havia participado do rally. Foi muito difícil. Tinha dores de cabeça e no corpo todo. Mas, apesar de tudo, foi a coisa mais louca, emocionante e divertida que já fiz.

Como você lida com as famosas "saias-justas"?

Tento lidar da maneira mais natural possível. Já passei por vários momentos difíceis ao vivo: entrevistei uma pessoa bêbada, uma mãe dopada, fui ignorada e tive de improvisar em cima de um descaso total e já tossi no ar e me engasguei. Logo no início da minha carreira, tive um chefe que me disse "só erra quem faz". E não tem jeito. Você não pode se deixar neurotizar pelas cobranças. Hoje em dia só é um pouco mais perigoso porque os erros vão parar na internet.

Foto: TV Press
Fonte: TV Press
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