Júlia Matos se identifica com a atenta Sandrinha de 'Cama de Gato'
- Marcio Maio
- Direto do Rio
Agora, Júlia Matos se sente à vontade. Na pele da jovem Sandrinha de Cama de Gato, ela faz, finalmente, uma personagem contemporânea. Na história, a menina sempre aparece nas sequências do colégio da trama de Duca Rachid e Thelma Guedes. E como quase todos os seus colegas têm idades próximas à sua, fica no ar a impressão de nem estar interpretando, tamanhas as semelhanças com o seu dia a dia. "É engraçado porque vejo ali exatamente o que acontece fora da ficção. Muitas vezes comentamos que parece que estamos na escola, e não no trabalho", exagera ela, que já experimentou o horário das 18 horas em O Profeta e Desejo Proibido.
Júlia surpreende por sua timidez e delicadeza. Mas o jeito calmo e tranquilo da jovem se explica em sua origem. Criada em Volta Redonda, no interior do Rio, ela ainda se adapta à agitação da vida no Rio. Um ponto que, de alguma forma, também serviu como uma ajuda para suas composições anteriores. "Personagens infantis de época, geralmente, são mais contidos", explica ela, que pela primeira vez faz uma adolescente. "Sempre vivi meninas mais novas. Dessa vez, pela sinopse, a Sandrinha tem 15 anos, um a mais que eu", argumenta, soltando, enfim, um leve e acanhado sorriso.
Júlia chega a brincar que tem tudo para ser atriz desde que nasceu, já que ganhou um nome famoso. E isso já lhe rendeu até um momento inusitado na emissora. No dia em que viu Sônia Braga pela primeira vez, fez questão de se apresentar. "Cheguei e perguntei se ela sabia meu nome. Aí eu disse que me chamava Júlia Matos. Ela falou que nunca ia esquecer", brinca, referindo-se à coincidência de ser homônima a uma das personagens mais conhecidas de Sônia, na novela Dancyn' Days, exibida pela Globo em 1978.
A dedicação à carreira artística começou quase bebê, por sugestão da mãe. Aos 5 anos, Júlia fez testes em uma agência de talentos carioca e, a partir daí, começou a gravar comerciais. Não demorou a surgir uma oportunidade de estrear na teledramaturgia. Os primeiros passos foram dados na série Um Menino Muito Maluquinho, da TVE, em 2006. Na época com 9 anos, a atriz confessa que ali teve certeza de que profissão queria seguir no futuro. "Até então, não sei se estava convicta. Mas foi experimentando que vi que a minha maior vontade é passar o resto da vida atuando", admite.
Apesar de bem nova, Júlia se mostra muito aplicada quando o assunto é trabalho. E, assim como sua personagem, faz questão de prestar atenção em todos os detalhes para aproveitar as oportunidades que conquista. Em Cama de Gato, por exemplo, a menina já percebeu que, em algumas cenas, as autoras sinalizam que sua personagem deve aparecer observando determinadas situações.
Por isso, procura que sua participação cresça ainda mais no folhetim. "Me esforço para transparecer o que vem escrito no roteiro. Se isso fizer com que a Sandrinha se destaque mais, ótimo. Caso não aconteça nada, acho que é uma forma de mostrar que estou tentando corresponder às expectativas", pondera, com simplicidade juvenil.
Disposta a se manter na carreira de atriz, Júlia imagina que pode enfrentar dificuldades para ser escalada em novos projetos na tevê. Até porque já ouviu de muitas pessoas que está em uma fase de grandes transições no corpo, o que não combina com o trabalho em uma novela, que às vezes dura um ano. "Sei que não vai ser fácil, mas estou disposta a encarar. Não fico fazendo planos, até porque acho que não combina com minha idade. Mas vou me esforçar para continuar trabalhando", enfatiza.
Cama de Gato - Globo - Segunda a sábado, às 18h.