Fake news podem ser cabo eleitoral ou inimigo nas eleições
Em quem o eleitor vai acreditar: nas redes sociais, no programa eleitoral ou no telejornalismo?
Os principais jornais destacam nesta terça-feira (12) a preocupação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com a disseminação das fake news, as notícias falsas lançadas na internet com o objetivo de beneficiar ou destruir a imagem de determinado candidato.
A instituição responsável pela realização das eleições no País pretende criar um canal para receber denúncias de mentiras divulgadas propositalmente em redes sociais e aplicativos de mensagem.
Não está claro como o tribunal vai agir após o recebimento das acusações – e serão milhares, certamente – contra políticos, partidos, sites, blogs e perfis pessoais.
O Facebook, transformada numa rede social tóxica por ser palco de radicalismos, deverá receber atenção especial: a inundação de posts raivosos de lulistas, antipetistas, tucanos, bolsonaristas e afins pode confundir ao invés de ajudar o eleitor a definir seu voto.
Haverá, como de costume, o monitoramento da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, na tentativa de punir os frequentes excessos na troca de difamações entre os candidatos.
Os olhos estarão voltados também para o jornalismo. O poder de influência da televisão é imensurável. Notícias positivas e negativas nos telejornais acrescentam e tiram votos.
Tanto que os partidos submetem-se a coligações esdrúxulas, passando até sobre questões ideológicas, no afã de conseguir mais tempo na TV.
Ao longo de 2018, a alegada imparcialidade das emissoras ficará o tempo todo sob julgamento.
A Globo, especialmente, terá que convencer de sua isenção, já que ainda está fresco na memória de todos o rótulo de ‘golpista’ e um histórico complicado – a manipulação do debate final entre Collor e Lula, em 1989, continua a fazer sombra, apesar do ‘mea culpa’ feito pelo Grupo Globo.
O próprio Lula e também Jair Bolsonaro já começaram a atirar contra o canal da família Marinho. Por se sentirem prejudicados pela cobertura jornalística da emissora, farão dela um alvo prioritário na corrida presidencial.
O telejornalismo pode, involuntariamente ou não, ajudar esse ou aquele candidato, enquanto tenta se blindar das fake news e dos factoides.
Cabe ao eleitor-telespectador-internauta confiar desconfiando e evitar definir o voto influenciado por uma única fonte de informação.
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