PUBLICIDADE

Em 'Império', Adriana Birolli valoriza sequência de novelas

Adriana Birolli vive a intrometida Amanda de 'Império', da TV Globo

27 nov 2014 - 14h30
(atualizado às 14h30)
Compartilhar
Exibir comentários

Adriana Birolli encara seu trabalho com paixão. E é através de seus expressivos olhos azuis que a intérprete da ácida Amanda, de Império, evidencia o orgulho por sua ascendente trajetória na TV. Depois de ganhar repercussão com seu primeiro papel fixo em Viver a Vida, de 2009, ela integrou o elenco de Fina Estampa, em 2011, e agora está no ar na atual trama de Aguinaldo Silva, após ter interpretado a vilã Maria Marta, papel de Lília Cabral, na primeira fase do folhetim. A atriz de 28 anos é taxativa quanto ao fator sorte por ter acumulado, em relativamente pouco tempo de carreira, apenas folhetins do horário nobre. "Tive a estrela de cair nas graças de autores e diretores conceituados. Foram papéis muito fortes e que ficaram na mente do público. A carreira na televisão é muito vulnerável. Estou sempre à mercê dos convites", afirma ela, que acredita ter maior controle de sua trajetória nos palcos. "No teatro, sou atriz produtora. Tenho as rédeas do que quero ou não fazer", ressalta.  

Adriana Birolli
Adriana Birolli
Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias / TV Press

Siga Terra Diversão no Twitter

Natural de Curitiba, no Paraná, Adriana sempre manteve o foco na atuação. Após fazer a Oficina de Atores da Globo e uma breve participação em Beleza Pura, a atriz foi chamada para um teste para interpretar a geniosa Isabel em Viver a Vida, da Globo. E foi justamente o papel na trama de Manoel Carlos que fez com que Adriana ganhasse visibilidade na TV. "Foi um ótimo começo para entender o ritmo de televisão. Os capítulos chegavam em cima da hora. Isso me deixou muito mais 'safa'", lembra ela, que, logo depois, foi convidada para viver a doce Patrícia, de Fina Estampa. "Uma mocinha é sempre diferente, né? Até hoje as pessoas me chamam de Patrícia", completa.

Você interpretou a Maria Marta, personagem da Lília Cabral, na primeira fase. Como foi seu método de trabalho para construir duas personagens diferentes em uma mesma trama?

Adriana Birolli -

Primeiro, foquei apenas na Maria Marta. Até porque era um trabalho muito referencial com a Lília (Cabral). Então, a gente precisava manter essa unidade na forma de falar, andar e agir nas duas fases da história. Era preciso que o público visse um amadurecimento na personagem. Mas é claro que as nossas semelhanças físicas ajudaram também (risos). Depois, só pensei na Amanda quando já tinha gravado todas as minhas cenas como Maria Marta. Aliás, soube as informações sobre a trama do meu segundo papel muito tempo depois. 

Assim como a personagem da Lília, a Amanda é bastante irônica e ácida. Como foi seu período de composição?

Adriana Birolli -

Eu gosto de me basear em filmes antigos. Tenho um acervo de DVD´s que uso para referências de trabalho. Pautei a Amanda através de uma personalidade mais malvada, "sexy", lânguida e louca. Foi uma inspiração em vilãs mesmo. 

Existiu algum trabalho para marcar a diferença entre os dois papéis?

Adriana Birolli - Sim. A caracterização foi um ponto fundamental. O próprio Aguinaldo sugeriu que eu voltasse loura e com os cabelos mais curtos. Isso ajudou a dar um toque de modernidade e jovialidade ao novo papel. A Maria Marta era uma personagem dos anos 1980, com cabelão, sobrancelhas grossas e maquiagem. Era paulista e tinha um leve sotaque. Isso foi bom parar marcar a diferença entre as duas logo de cara. Mas eu não construí um trabalho para depois me virar em outro. Tentei manter uma linha entre o contexto dos dois papéis.

Foto: TV Globo / Divulgação

foto: TV Globo/Divulgação

Como assim?

Adriana Birolli -  

A ideia é que as duas personagens tenham traços semelhantes na personalidade, mas sejam pessoas totalmente diferentes e ninguém fale: "Nossa, voltou a mesma coisa no quesito atuação". Elas são tia e sobrinha, precisavam ter detalhes em comum no jeito de pensar e agir. O caráter é o mesmo.

Você já tinha uma carreira de 14 anos no teatro antes de estrear na TV. Como se deu seu interesse pelo veículo?

Adriana Birolli -

Simplesmente aconteceu. Eu não fui atrás. O Leo Gama, produtor de elenco, viu meu espetáculo em Curitiba e me chamou para uma reunião. Acabei fazendo uma seleção para a Oficina de Atores da Globo, passei e fiquei contratada da emissora por dois anos como "oficineira". Logo depois, surgiu a oportunidade para o teste de

Viver a Vida

. Acho que me preparei a vida inteira para essa oportunidade. Não fiquei ansiosa ou neurótica para fazer TV logo.

Mas você teve algum problema para se adaptar à linguagem da televisão após anos nos palcos?

Adriana Birolli -

A minha sorte é que a Isabel, de "Viver a Vida", era muito irônica e meus personagens no teatro foram muito por essa vertente. Então, fui coroada com aquilo que eu fiz minha vida inteira. Mas, na minha estreia na TV, nem me preocupei com a linguagem do veículo. Estudava meu papel e fazia. Depois que fui pensar nisso e prestar atenção nos ajustes que deveriam ser feitos. Mas isso é uma estrada eterna. Atores estão sempre insatisfeitos. 

Foto: TV Globo / Divulgação

foto: TV Globo/Divulgação

Você estreou na TV em uma participação em Beleza Pura. Logo depois, se sobressaiu como a vilãzinha de Viver a Vida e a mocinha jovem de Fina Estampa. Agora, volta ao horário nobre mais uma vez. Você se surpreende com essa leva de personagens de destaque?

Adriana Birolli -

Claro. Quando eu comecei na televisão, nunca pensei que faria uma trinca tão boa em sequência. Tive muita sorte de cair nas graças de dois autores muitos bons como o Manoel Carlos e Aguinaldo Silva. Nunca imaginei que o Aguinaldo fosse me ver na TV e escrever um papel para mim. Foi muita estrela. Ele podia não passar pela televisão naquele dia. Tenho muito orgulho da carreira que construí até hoje. O trabalho do ator é muito complicado. É uma profissão muito vulnerável. Novela é um dos trabalhos mais difíceis de fazer.

Por quê?

Adriana Birolli -

São oito meses de trabalho muito intenso. A nossa vida vira uma loucura. Não há rotina. Os horários de gravação são totalmente confusos. A gente nunca sabe o que o autor vai escrever para você. Isso nos obriga a ficar sempre em alerta. Ou seja, ficamos à mercê mesmo.

Como essa visibilidade da TV influencia em sua carreira nos palcos?

Adriana Birolli - A coisa ficou mais intensa. Mudou tudo. Desde criança, eu queria viajar com as minhas peças. Depois da TV, ficou bem mais fácil. Por conta dessa repercussão do vídeo, o público acaba tendo um interesse maior no espetáculo. Nos grande pólos, nem tem muita diferença porque a procura por peças é maior. Mas, quando viajo para o interior, faz toda a diferença na hora de lotar um espaço.

Foto: TV Globo / Divulgação

foto: TV Globo/Divulgação

Você tem trabalhado mais a partir de convites. Como isso influencia na sua vaidade profissional?

Adriana Birolli -

Não acho que fazer teste seja algo ruim, mas é maravilhoso saber que alguém está escrevendo um papel para você. Nada melhor do que estar na sua casa ou viajando em turnê e receber um e-mail de um autor para uma novela. É maior a glória que um ator pode receber. Espero receber muitos convites ainda (risos).

Mão na massa

Adriana Birolli se define como uma profissional inquieta. E foi exatamente o seu perfil artístico independente que a levou a fundar sua própria produtora de teatro, a Simplicíssimus Produções, ao lado do ator e diretor Ruiz Bellenda. "Todas as minhas peças foram produzidas por mim. Mas está cada vez mais difícil fazer produção no Brasil. As leis de incentivo precisam de uma reforma. Não há uma visão empresarial no país", afirma.

Inclusive, foi a experiência por trás dos palcos que ajudou Adriana a amadurecer na carreira. A chance de compreender outras áreas da profissão foi essencial para a construção de sua trajetória como atriz. "É muito útil aprender sobre a engrenagem do nosso trabalho. Se um dia eu puder dirigir, vai ser muito melhor para entender cada técnica dos diretores", ressalta.

Carta marcada

Império marca o reencontro de Adriana Birolli com o texto de Aguinaldo Silva. Ainda com uma recente carreira na televisão, a atriz acredita que emendar trabalhos com o mesmo autor seja uma espécie de muleta para facilitar seu desenvolvimento em cena. "É muito mais fácil compreender o roteiro. Já sei o nível de acidez, humor, drama e as nuances cabíveis para a personagem. É mais tranquilo entender o funcionamento", avalia.

Foto: TV Globo / Divulgação

foto: TV Globo/Divulgação

Fonte: TV Press
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade