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Com 38 anos de TV, Sérgio Chapelin se consagra no jornalismo

21 abr 2010 - 18h46
(atualizado às 18h53)
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Arcângela Mota
Direto do Rio

Dono de uma potente voz grave e um rosto marcante, Sérgio Chapelin é uma das figuras mais conhecidas do telejornalismo brasileiro. Mas, ao falar sobre seus 38 anos de tevê, o atual apresentador do Globo Repórter fica quase irreconhecível. Com uma fala tranquila, bom humor e uma serenidade que contrasta com a postura austera adotada em frente às câmaras, Sérgio esmiúça sua extensa trajetória profissional desde que estreou na Globo, em 1972. E lembra que foi graças à sua imagem e voz característica que conseguiu o emprego na emissora aos 30 anos de idade, após ter trabalhado na Rádio Nacional e na Rádio Jornal do Brasil. "Eu tinha uma aparência jovem, apesar de não ser mais garoto. Era bonito, cabeludo e, por causa da experiência no rádio, tinha uma segurança muito grande para fazer o noticiário. Isso foi fundamental", garantiu, aos 68 anos.

Mas a aptidão para trabalhar na área nem sempre foi uma certeza. Aos 20 anos, quando Sérgio foi fazer um teste para a Rádio Nacional, um dos radialistas o chamou de: a antítese do noticiarista. "Me falaram que eu não servia para ler noticiário e acabei ganhando emprego em outra área", recordou, aos risos. Anos mais tarde, ao se destacar como locutor da Rádio Jornal do Brasil, ele fez testes para a Globo e foi aprovado para apresentar o Jornal Hoje. "Eu tinha três filhos para criar quando o rádio passou a ser um veículo menor. Como dizia o Heron Domingues, o rádio ficou na cozinha e a TV na sala", comentou.

O sucesso na TV não demorou a chegar. Em 1972, após um mês na Globo, Sérgio foi chamado para apresentar o Jornal Nacional. "Eu chegava com meu paletó nas costas, fazia minha própria maquiagem, sentava naquele cenário modesto e o telejornal fluía", lembrou. No ano seguinte, ele também esteve à frente do Globo Repórter e do Fantástico, que estreavam na grade. E conciliou a apresentação dos três programas. "Mal dava para respirar", sintetizou.

No comando de alguns dos principais jornalísticos da emissora, Sérgio lembra que se assustou com o assédio do público. Mas se anima ao falar do sucesso que fazia ao lado de Cid Moreira, com quem dividiu a apresentação do Jornal Nacional e do Fantástico. "Diziam que a gente recebia mais cartas do que os atores. Eu chegava a receber sacos de correspondência", divertiu-se.

Com disposição de sobra, Sérgio se dividia entre a Globo e os trabalhos publicitários, de onde garante ter tirado boa parte de seu sustento. Mas a situação mudou quando, no início dos anos 80, o chamado milagre econômico brasileiro acabou. "A publicidade ficou quase falida e eu não sabia o que fazer. Aí surgiu uma proposta salvadora do SBT, com um salário muito maior", lembrou. Na emissora de Silvio Santos, Sérgio apresentou, entre 1983 e 1984, o programa de variedades Show Sem Limite. Mas não guarda boas recordações. "A experiência valeu para saber que foi bom voltar para a Globo", brincou ele, que retornou à emissora com um salário muito mais alto.

Sérgio voltou a Globo em 1984 como apresentador do Fantástico. Inconformado, ele conta que foi cobrar mais trabalho do diretor de programação, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. "Ele soltou alguns palavrões e disse: 'você está reclamando porque vai trabalhar uma vez por semana?'. Depois dessa, calei minha boca, assinei o contrato e fui apresentar o Fantástico", contou, às gargalhadas. E foi por acaso que, em 1985, ele viveu o momento mais importante de sua carreira: a apresentação de uma edição extraordinária do Jornal Nacional sobre a morte de Tancredo Neves. Tudo porque ele precisou cobrir o apresentador Marcos Hummel, que sofrera uma queda na escada. "Nesse momento, fiz as pazes com o JN. Foi uma edição histórica. Sem dúvida, o momento mais marcante da minha carreira", recordou.

À frente do Globo Repórter ao longo dos últimos 14 anos, Sérgio acredita que, apesar das muitas mudanças pelas quais o jornalismo passou, seu trabalho não mudou muito. "Faço mais ou menos a mesma coisa o tempo todo. A diferença é que a tecnologia avançou e temos de correr para não ficar para trás. Tecnologia significa mais trabalho", sintetizou.

Trajetória Televisiva

# Jornal Hoje (Globo, 1972)

# Jornal Nacional (Globo, 1972 a 1983)

# Globo Repórter (Globo, 1973 a 1983)

# Fantástico (Manchete, 1973)

# Jornal da Noite (Globo, 1974)

# Jornal Internacional (Globo, 1974)

# Amanhã (Globo, 1977)

# Jornal da Globo (Globo, 1979 a 1981)

# Show Sem Limite (SBT, 1983 e 1984)

# Fantástico (Globo, 1984)

# Globo Repórter (Globo, 1986 a 1989)

# Jornal Nacional (Globo, 1989 a 1996)

# Globo Repórter (Globo, 1996 a 2010)

Sérgio Chapelin é uma das figuras mais conhecidas do telejornalismo brasileiro
Sérgio Chapelin é uma das figuras mais conhecidas do telejornalismo brasileiro
Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias / TV Press
Fonte: TV Press
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