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Vilão cadeirante rouba a cena na estreia de Vitória, na Record

3 jun 2014 - 09h44
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O vingativo Artur seduz Diana diante do mar de Curaçao (Foto: TV Record/Divulgação)
O vingativo Artur seduz Diana diante do mar de Curaçao (Foto: TV Record/Divulgação)
Foto: Sala de TV
Com a missão de reverter a crise na teledramaturgia da Record, cujas últimas novelas tiveram audiência insatisfatória e repercussão tímida, Vitória fez uma estreia convincente na noite de segunda-feira (2). Num capítulo com duração de uma hora e 22 minutos, sem intervalo comercial, a autora Cristianne Fridman acertou ao focar no inferno emocional do protagonista Artur, um cadeirante ao mesmo tempo vilão e galã, interpretado por Bruno Ferrari.Foram necessárias poucas cenas para que ele internasse a mãe numa clínica psiquiátrica, despertasse uma paixão avassaladora na marrenta heroína da trama e deixasse o suposto pai à beira da morte. E tudo isso usando sua paraplegia quase como um artifício de sedução — ele dançou com a mocinha em seu colo, na cadeira de rodas, e os dois tiveram uma bela cena de sexo. É saudável mostrar um cadeirante sem a aura do 'coitadismo'.A trama se assume folhetinesca e descaradamente maniqueísta. Aos 12 anos, Artur perdeu os movimentos das pernas após sofrer uma queda de cavalo. O pai, Gregório (Antonio Grassi), passou a rejeitá-lo e se separou de Clarice (Beth Goulart). De outro casamento, o dono de haras teve a filha Diana (Thaís Melchior).Artur cresceu amargurado pelo abandono paterno. Já adulto, descobre não ser filho biológico de Gregório. Milionário, decide se vingar do homem que o desprezou. Ao não conseguir o apoio da mãe, ele manda a amargurada Clarice à força para uma clínica, onde fica isolada do mundo, sem ter como impedir a desforra armada pelo filho.O plano de vingança de Artur: seduzir a 'irmã' Vitória, fazer Gregório acreditar que o casal cometeu incesto e, assim, destruir a vida dos dois. Além disso, ele usa um capataz, Jorge (André Di Mauro), para forçar a compra do endividado haras de Gregório. Depois de ser acusado de incendiar a coxeira do haras, o vilão atrai Diana para Curaçao.Diante da beleza do mar do Caribe, ele consegue domar a joqueta. Diana volta ao Brasil apaixonada. Ao reencontrar o 'filho' Artur e descobrir que ele seduziu Diana, Gregório começa a passar mal ao acreditar que os dois meio-irmãos têm uma relação incestuosa. Parece dramalhão mexicano? Pois é quase isso. Não falta nem a estrela Thalia, embalando cenas românticas com uma canção melosa.O grande equívoco do capítulo foi a edição. Muitas cenas importantes tiveram cortes abruptos justamente no seu clímax. O excesso de imagens em câmera lenta, repetição de closes e trilha melodramática também desvalorizaram a estreia. Os diálogos foram recheados de expressões e referências do universo equino."O cavalo aleijou minhas pernas. Você, minha alma", dramatizou Artur, diante do pai-algoz. Foi dele a cena mais 'artística' do capítulo: em pé, apoiado em muletas, relinchou como um puro-sangue no que pareceu um transe psicótico. "Sou seu filho de quatro patas", berrou para Gregório. Em seguida provocou com sarcasmo: "Monta em mim, papai". Na sequência mais apelativa, um colérico Gregório atirou na cabeça de Ventania, cavalo do qual Artur caiu. O animal e o menino ficam estendidos no chão, lado a lado.Nas cenas do núcleo de neonazistas, a autora fugiu do politicamente correto. Priscila (Juliana Silveira) atropelou intencionalmente um flanelinha negro, a quem se referiu como 'preto' e 'verme'. "Pena que não deu pra matar", lamentou. A bela loira, que tem uma suástica nazista tatuada nas costas, declarou a vontade de frequentar um bar "sem mistura, sem neguinho, sem gay, sem nordestino". Seu namorado, Paulão (Marcos Pitombo), se irritou com uma mulher que atrapalhou a compra de um bar: "Negra nojenta".Em sequências leves, com pitadas de comédia, foram vistos outros nomes de peso do elenco como Lucinha Lins, Leonardo Vieira e Luciana Braga. O veterano Jonas Bloch apareceu como um delegado corrupto. Dado Dolabella, o ator-problema demitido após supostamente agredir um produtor da novela, foi visto em cenas gravadas em Curaçao. Ele interpreta um blogueiro amigo da mocinha Diana. Pelo que se viu no primeiro capítulo, o desaparecimento de seu personagem, logo na segunda semana, não trará maior prejuízo à trama.De acordo com dados prévios do Ibope, Vitória teve uma estreia com baixa audiência: 7 pontos, atrás de Globo e SBT. A novela anterior, Pecado Mortal, registrou 11 no primeiro capítulo. A nova trama mostrou potencial para alcançar uma posição melhor no ranking. Isso precisa acontecer rápido, enquanto a concorrente Em Família patina abaixo dos 30 pontos. A partir de 21 de julho, quando estreia o novelão Império, de Aguinaldo Silva, será mais difícil fidelizar os noveleiros da faixa das 21h.
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