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Novela problemática baixou a bola de muita gente na Globo

'O Sétimo Guardião' ressalta a urgente necessidade de reinvenção da teledramaturgia do canal

17 mai 2019 - 12h30
(atualizado às 12h35)
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Enfim, o fim. O telespectador da Globo se despede hoje de uma novela que, para a maioria, não deixará saudade.

O Sétimo Guardião não está entre os piores folhetins que a emissora já produziu, mas foi contaminado por tantas notícias negativas desde os primeiros capítulos que é essa a impressão que fica.

Os sete guardiões originais: mistério com pitadas de terror não convenceu boa parte dos noveleiros
Os sete guardiões originais: mistério com pitadas de terror não convenceu boa parte dos noveleiros
Foto: TV Globo / Divulgação

Entre os vários problemas, protagonistas sem carisma, atores em papéis recorrentes, tramas arrastadas, fofocas de bastidores que desviaram o interesse pelos personagens. O realismo fantástico proposto pelo autor Aguinaldo Silva acabou ofuscado pela realidade lesante.

Esperava-se escapismo bem-vindo em tempos difíceis para o brasileiro. A novela, especialmente a das 21h, serve a muitos como antídoto contra a solidão e a infelicidade. Ajuda a desanuviar após um dia tenso e frustrante.

O que se viu, no entanto, foi um enredo lúgubre, sem o alívio cômico característico das obras do autor, um dos melhores da teledramaturgia brasileira.

A produção, ainda que visualmente irretocável, refletiu o pior lado do Brasil atual: a desesperança, os conflitos radicais, a falta de romantismo, a letargia. Termina com média de 29 pontos, quatro a menos do que a antecessora (e mais animada) Segundo Sol.

O maior efeito de O Sétimo Guardião foi interno: evidenciou o cansaço que toma conta da ficção da Globo. O canal parece girar em torno de si, sem rumo criativo. Ainda faz as melhores novelas, porém não agrada mais ao público como antes. Peca por não renovar nem ousar.

O folhetim que se vai também arrefeceu a empáfia de vários poderosos da emissora. Caiu a ficha: a Globo tem errado além do aceitável e, apesar de não ver concorrentes próximos no Ibope, perde público relevante. Parte dessa fuga de noveleiros resulta justamente do cansaço de seus folhetins.

Se antes dava aula de dramaturgia a Portugal, agora precisa olhar além-mar para tentar reproduzir o frescor das produções de lá, em crescente nível de qualidade e repercussão internacional.

Ainda a respeito de O Sétimo Guardião, imprescindível destacar algumas atuações. 

Elizabeth Savalla (Mirtes), Isabella Garcia (Judith) e Nany People (Marcos Paulo) deram luz própria a personagens secundários. É bonito ver atrizes veteranas, acima dos 50 anos, roubando a cena das ‘novinhas’.

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