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Acha mesmo que novela transforma uma pessoa em bandido?

Suposta glamourização do crime em ‘A Força do Querer’ recebe críticas

7 jul 2017 - 12h29
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O post de ontem (‘A Força do Querer’ dá aula de como se faz boa novela) suscitou dezenas de comentários contra o folhetim de Gloria Perez.

Trama de Bibi (Juliana Paes) e Rubinho (Emílio Dantas) desagrada a quem detecta apologia ao crime
Trama de Bibi (Juliana Paes) e Rubinho (Emílio Dantas) desagrada a quem detecta apologia ao crime
Foto: Estevam Avellar/TV Globo / Divulgação

Há quem enxergue apologia ao crime na trama de Rubinho (Emílio Dantas), que foge do presídio com a ajuda da mulher, Bibi (Juliana Paes), e é acolhido por comparsas traficantes numa favela carioca.

“A TV está ensinando a ser bandido”, pensam numerosos leitores-telespectadores críticos à bem-sucedida produção da Globo.

O poder de influência da televisão é inegável. Diferentemente de outros países, no Brasil a TV se mantém como principal meio de informação e entretenimento da maior parte da população.

O brasileiro tem o hábito de jantar diante do aparelho e, em muitas casas, o único momento do dia no qual a família se reúne é para assistir à novela das 21h.

Mas responsabilizar a TV pela deformação social e o descaminho de uma pessoa resulta de avaliação desproporcional.

A telenovela lança modismos e gírias, mas não é tão poderosa a ponto de mudar a índole e o caráter de alguém. Isso é inerente à pessoa. No máximo, a televisão pode gerar fantasias.

Foi-se o tempo no qual o telespectador misturava ficção e realidade. Se ainda acontece com alguns, essas pessoas ou são excessivamente ingênuas ou precisam de suporte psicológico para discernir fato e imaginação (ou delírio).

O caso específico de Rubinho e Bibi – um clássico amor bandido – retrata uma história real. Ou seja, a novela se assume como espelho da sociedade. E vai mostrar as consequências drásticas a quem opta pela vida no crime.

A romantização de infratores não é exclusividade da teledramaturgia. O telejornalismo faz isso todos os dias, transformando condenados como Suzane Von Richthofen, por exemplo, em personagens semelhantes às estrelas de reality show.

Reclama-se da influência que essas tramas com violência podem exercer em crianças e adolescentes. Aí o problema não é da televisão, e sim de pais e mães que não controlam o que seus filhos assistem ou não dialogam com eles sobre as questões sociais e morais exibidas na tela.

E, por fim, há uma conclusão básica: ninguém é obrigado a ver novela. Existem centenas de opções na TV aberta e nos canais pagos. Com o controle remoto em mãos, o telespectador é tão poderoso quanto a própria televisão.

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