“As pessoas estão mais preocupadas com Maria de Fátima do que com anistia”, diz especialista em pesquisas
Felipe Nunes, do Instituto Quaest, cita vilã de ‘Vale Tudo’ no ‘Roda Viva’, em sintonia com levantamento sobre consumo de novelas no país
No centro da arena do ‘Roda Viva’, da TV Cultura, o cientista político Felipe Nunes respondia sobre o apoio popular à proposta de anistiar os presos e condenados pelo 8 de janeiro quando fez comparação inusitada.
“As pessoas estão mais preocupadas com a Maria de Fátima do que com o tema da anistia”, disse o CEO do Instituto de Pesquisa Quaest, que faz frequentemente levantamentos encomendados pela Globo e GloboNews.
“Mais até de 60% acham que não devia existir anistia, mas esse não é um tema ‘top of mind’, da cabeça do eleitor, é mais secundário no dia a dia das pessoas”, explicou.
Chama a atenção um dos maiores especialistas em opinião pública e projeção eleitoral do país citar uma personagem de novela.
Nota-se a importância da televisão e da teledramaturgia no cotidiano de parcela relevante da população. A coluna concorda: a percepção é de que existe mais interesse pelo próximo golpe de Fátima em busca da vida de madame do que nas pautas discutidas quase diariamente nos telejornais.
Cabe aqui citar uma pesquisa da Quaest para o canal de notícias CNN Brasil, divulgada em março deste ano. Na classe baixa, 38% dizem estar “nada interessados” nos assuntos políticos. Essa mesma opinião reúne 28% da classe média e 21% da classe alta.
Diferentemente, o interesse por novelas ainda é alto entre os brasileiros de 16 a 65 anos: 86% disseram ter assistido a alguma novela nos últimos 12 meses ou antes, segundo pesquisa a respeito de hábitos culturais realizada pelo Datafolha para a Fundação Itaú + em 2024.
