Dupla Ibeyi, do hit "River", se diz animada com show no RiR
Irmãs gêmeas franco-cubanas, que lançaram primeiro EP em 2013 e conquistaram o mundo, se apresentam com Emicida no palco Sunset
Aos 24 anos de idade, as gêmeas Lisa-Kaindé e Naomi Diaz formam o Ibeyi e já possuem uma carreira digna de veteranos. Conquistaram o mundo com o clipe da música "River", acumulando mais de 20 milhões de visualizações em seu canal do Youtube, participaram do especial para televisão “Lemonade”, da cantora Beyoncé, gravaram músicas com Emicida e agora se preparam para desembarcar no Brasil e fazer uma apresentação no Rock in Rio, juntamente com o o rapper brasileiro, no dia 3 de outubro.
Em conversa com o Terra, as artistas falam sobre a parceria com Emicida, a relação com a América Latina e a expectativa de se apresentar no Rock in Rio .Uma curiosidade: Ibeyi, em iorubá, significa "irmãos gêmeos".
Vocês são gêmeas. É mais fácil trabalhar com alguém da própria família?
É difícil, mas também é fantástico. Nós trabalhamos muito bem juntas, nos completamos muito bem, temos ideias e visões bem diferentes. Sabemos que o Ibeyi é uma mistura das nossas tradições e dos nossos dois mundos.
E vocês tem brigas de irmãs enquanto trabalham juntas?
Todo jornalista é intrigado se nós brigamos ou não! (risos) Na verdade nós não brigamos sobre o trabalho, nunca!
O pai de vocês também foi músico. Isso teve um papel grande quando vocês escolheram a música como profissão?
Eu acho que sim, mas bem inconscientemente. Eu acho que sabíamos que era possível ser musicista, que era um caminho, que é complicado mas também bem recompensador. Acho que sabíamos que se poderia viver uma vida plena sendo musicista profissional, e quando conhecemos a XL (gravadora) nós estávamos tipo “Oh! Isso é o que vamos ser!”. Não foi consciente, nós nunca pensamos que seríamos musicistas, nunca sonhamos com isso “oficialmente”.
E vocês parecem ter uma forte conexão com suas raízes cubanas e com a América Latina no geral. Quais são suas principais influências musicais latinas?
Nós gostamos bastante de reggaeton. Quanto estamos em casa casa, nós dançamos em frente ao espelho da sala! Também ouvimos bastante música cubana, música Iorubá, Buena Vista Social Club também, porque nosso pai tocava com eles. E também muito jazz! Chucho Valdés, a música do nosso pai… Nós amamos música latina, boleros… Somos bem ecléticas, em termos de influências latinas.
E além de cantarem em inglês, francês e espanhol, vocês também cantam em Iorubá [idioma ancestral africano]. Isso é um modo de prestar homenagem à sua ancestralidade?
Sim, definitivamente. E é um meio de nos conectarmos com nós mesmas e com nossos ancestrais, nosso passado, nosso pai, nosso país… É realmente uma maneira de prestar homenagem. Nós cantamos essas canções o tempo todo, mesmo se não estivermos no palco.
Vocês recentemente colaboraram com o rapper brasileiro Emicida pela segunda vez. Como começou essa parceria?
Foi algo muito orgânico. Nós estávamos pensando em fazer algo com um artista brasileiro, e um dia fomos jantar com uma pessoa e ela falou que deveríamos fazer algo com o Emicida. Um dia nós conversamos por Skype com ele, e na época ele não falava um inglês muito bom. Então foi muito engraçado conversar assim, rimos bastante. Em alguns dias, fomos gravar “Hacia El Amor”, e ele disse que queria a canção no disco dele. Gravamos a música em um dia, e o clipe no dia seguinte.
Vocês vão se apresentar no Rock in Rio, juntamente com o Emicida. Como vocês se sentem se apresentando em um festival tão grande?
Estamos muito felizes em fazer isso, e todo mundo nos diz que é algo gigante e maravilhoso. Estamos ansiosas. E mal podemos esperar para dar tudo de nós, queremos que o público esteja lá conosco. Vai ser um show lindo.
A dupla Ibeyi se apresenta com Emicida no Rock in Rio neste quinta (3), no Palco Sunset.
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