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Popload Festival 2019: Patti Smith, Tove Lo e Little Simz fazem carnaval indie em São Paulo

The Raconteurs (de Jack White), Hot Chip, Cansei de Ser Sexy, Khruangbin, Luedji Luna e o bloco Ilê Aiyê completam a escalação consistente do evento

14 nov 2019 - 18h43
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Com a característica de trazer bandas queridas da cena indie global que raramente vêm ao Brasil (Wilco, Iggy Pop, PJ Harvey), o Popload Festival faz sua edição de 2019 nesta sexta-feira, 15, no Memorial da América Latina, com um nome inédito em São Paulo: Patti Smith.

Mas a festa indie vai além. A banda britânica Hot Chip traz seu synthpop dançante, os Raconteurs, de Jack White, chegam com disco novo, o Cansei de Ser Sexy faz seu primeiro show na cidade em oito anos, a banda americana Khruangbin estreia por aqui com sua nova psicodelia, e de Salvador, Luedji Luna e o bloco Ilê Aiyê também fazem parte da escalação. Outros nomes em alta do pop e do hip hop mundial também estão no Brasil para shows no festival: Little Simz (leia mais abaixo) e Tove Lo.

Sueca, Tove Lo apareceu para a cena pop global em 2014 com um conjunto de hits feitos para adultos: drogas, sexo e liberdade eram o combustível de um motor que, inspirado em antecessoras como Madonna e Amy Winehouse, botava fogo em conceitos preconcebidos sobre o que uma popstar deveria ser. Cinco anos e três discos depois, Tove Lo consolida sua caminhada pop com um novo álbum ainda malcomportado (no melhor dos sentidos), mas, como ela mesma explica em uma entrevista por telefone, vindo de um período melhor de sua vida.

"Não escrevia sempre de um lugar 'ruim', mas certamente de um lugar de 'caos'", explica a cantora, falando sobre corações partidos e as tentativas de se acostumar a uma nova vida, com a fama e a pressão que ela representa. "Ser muito intensa, sentir muito profundamente, e aí canalizar tudo da minha vida para a música. Agora foi diferente. Foi uma experiência legal também", comenta. Em um relacionamento saudável há mais de um ano e baseada numa cidade em que aprendeu a amar (Los Angeles), a cantora sabe, porém, que ainda procura um equilíbrio.

Sunshine Kitty, de setembro, é um álbum que segue na linha do som que a transformou na estrela pop "mais brutalmente honesta" da nossa época, segundo uma revista americana, com canções como Glad He's Gone (em que aconselha uma amiga a esquecer um ex-namorado vacilão) e Are U Gonna Tell Her?, em que pergunta para o seu amante se ele vai contar a verdade para a namorada dele. A voz do amante, na música, é do MC Zaac, o funkeiro paulistano conhecido por Vai Embrazando e outros sucessos do YouTube.

"Um dos meus produtores estava ouvindo muito funk brasileiro na época, como MC Zaac, MC Fioti e outros, e a ideia para uma das faixas era misturar um tipo de melancolia escandinava com esse movimento", explica a cantora. "Quando fizemos a música, o pensamento foi: 'Nossa, precisamos de um desses caras ali'. Não pode ser apenas eu (risos). Escolhemos Zaac porque ele tem uma voz legal, e eu gosto da vibe dele. Na verdade, eu gosto mais do verso dele na música do que do meu." Kylie Minogue é uma das outras participações no disco.

Com acenos consistentes para outros gêneros, como a house music e o hip hop, o que conecta tudo ainda é a força da atitude da cantora. "Nunca tive nenhuma regra de como soar, apenas me senti aberta", garante. A liberdade, afinal, sempre foi uma de suas bandeiras mais importantes.

Entrevista — Little Simz, rapper britânica

'Ser reconhecida aqui é muito louco'

A jovem rapper britânica Little Simz, de 24 anos, chega ao Brasil com Grey Area (2019), uma das mais poderosas afirmações de um jovem artista no hip hop em 2019, misturando letras inteligentes com referências variadas a batidas envolventes e sons bem pensados. Ela falou ao Estado em São Paulo.

Você se sente um prodígio?

Provavelmente sim (risos).

Saúde mental é um tema caro ao rap contemporâneo. Que tipo de cuidado um artista deve ter para falar disso?

Tem de ser verdadeiro. A experiência de todo mundo é diferente. Eu nunca fui para terapia, o que não quer dizer que eu nunca irei. No próximo álbum, já posso ter ido, e aí a visão muda. Vai saber.

O que 'Grey Area' fez pela sua reputação?

Parece diferente desta vez. Agora é maior. Eu sou a mesma, porém. Ainda tenho os mesmo amigos, lido com as mesmas pessoas. Mesmo ser reconhecida por algumas pessoas na noite de São Paulo, é muito louco. Às vezes, eu esqueço que o mundo é tão grande.

As atrações e horários do Popload 2019

Ilê Aiyê (10h45)

O bloco afro de Salvador traz um pedaço do carnaval baiano para SP, abrindo o festival ainda pela manhã, às 10h45

Luedji Luna (11h)

A cantora e compositora baiana já conquistou o Brasil com sua mistura única de voz serena e poesia consistente

Little Simz (11h55)

Rapper britânica chega com um dos melhores discos do ano, Grey Area, na bagagem

Khruangbin (13h15)

Uma das revelações do indie global nos últimos anos, o trio instrumental americano mistura soul e psicodelia como ninguém

Tove Lo (14h45)

Sensação do pop global, a cantora sueca também está numa fase boa da carreira, com o recém lançado Sunshine Kitty

Cansei de Ser Sexy (16h15)

Sucesso internacional nos anos 2000, a banda volta a SP e deixa fãs esperançosos para trabalhos inéditos

Hot Chip (17h45)

A banda britânica vai apresentar as canções de 'A Bath Full of Ecstasy', o muito elogiado disco lançado em junho deste ano

The Raconteurs (19h15)

Banda de Jack White alcançou o #1 nos EUA com seu novo disco, uma celebração rock à velha moda

Patti Smith (20h45)

Pela primeira vez em SP, madrinha do punk fará show com clássicos, covers e entrega incomum para uma artista de sua idade (72)

Boy Pablo (22h30)

Direto de um quarto na Noruega, a banda fez sucesso no YouTube antes de conquistar a crítica especializada de língua inglesa. O show ocorre em um espaço diferenciado do festival e é necessário retirar entradas com antecedência

POPLOAD FESTIVAL 2019

MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA. AV. AURO SOARES DE MOURA ANDRADE, 664, TEL. 3823-4600. 15/11. ABERTURA: 10H. SHOWS: 10H45. R$ 580 / R$ 800 (3º LOTE, COM MEIA-ENTRADA)

Estadão
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