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O problema do heavy metal moderno segundo Mikael Åkerfeldt (Opeth)

Nem sempre quem gosta de um clássico da música pesada aprecia trabalhos mais contemporâneos — e o artista explica a razão

28 nov 2024 - 16h36
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Foto: Mikael Åkerfeldt, vocalista e guitarrista do Opeth ( Per Ole Hagen/Redferns) / Rolling Stone Brasil

Fãs dos clássicos do metal nem sempre gostam das bandas mais atuais e o inverso também pode se confirmar. Na opinião de Mikael Åkerfeldt, há uma razão para esse distanciamento.

O vocalista e guitarrista do Opeth, banda sueca que se notabilizou por seu death metal sofisticado e pela posterior inclinação ao progressivo, compartilhou ao Music Radar algumas reflexões a respeito do processo de gravação de The Last Will and Testament, seu álbum mais recente. Disponibilizado no último dia 22 de novembro, o trabalho ganhou versão nacional pela Valhall Music / Sound City Records e será promovido no Brasil com show único em São Paulo, no festival Monsters of Rock, em 19 de abril.

Em meio aos comentários sobre como ele e seus colegas substituem todos os elementos digitais das demos por instrumentos reais, Åkerfeldt relembrou que a música precisa, em sua opinião, ser imperfeita. O artista quer justamente a possibilidade de falha que é oferecida por uma execução orgânica.

"É sempre isso que buscamos: substituir o virtual por um instrumento real. O que buscamos não é a perfeição. Quando você substitui um instrumento virtual por um instrumento real, você está procurando as falhas. Você está procurando o ruído. Você está procurando o zumbido do aterramento. Você está procurando aquele jeito meio travado de se tocar, por assim dizer. Você está procurando o aspecto humano."

Em tese, de acordo com Mikael, nem seria necessário regravar as demos do Opeth porque elas já soam "perfeitas pra caramba". Todavia, ele prefere que tudo seja refeito para se buscar o elemento humano. Veio, aí, o comentário crítico sobre o metal contemporâneo.

"Sou um defensor do som humano e é por isso que não sou necessariamente louco por discos de metal moderno, onde tudo é ajustado até o limite, sendo perfeito e computadorizado. Simplesmente não soa bem para mim. As demos que eu faço são desse jeito. É bom ter um modelo perfeito e aí você meio que estraga um pouco quando grava, então se torna uma gravação com som humano no final."

O novo álbum do Opeth

Fundado em 1990 na capital sueca de Estocolmo, o Opeth não lançava um álbum com vocais guturais há mais de 15 anos. The Last Will and Testament, décimo quarto disco de inéditas em seu catálogo, põe fim a esse hiato promovendo uma reaproximação com o death metal, ainda que sem deixar o rock/metal progressivo de fora.

Foi o primeiro trabalho do grupo com o baterista Waltteri Väyrynen (Paradise Lost, Bodom After Midnight), ocupando a vaga deixada por Martin Axenrot. Entre os convidados especiais, estão o vocalista do Europe, Joey Tempest, e o líder do Jethro Tull, Ian Anderson, gravando flauta e trechos falados.

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