IZA inicia nova fase musical e mergulha no reggae
Cantora lança singles que celebram suas raízes e exploram sonoridades afro-diaspóricas com profundidade e autenticidade
A cantora IZA, uma das vozes mais potentes e influentes da música brasileira contemporânea, acaba de dar um passo ousado e significativo em sua trajetória artística. Em setembro de 2025, ela lançou pela Warner Music dois novos singles — Caos e Sal e Tão Bonito— que marcam o início de um projeto musical centrado no reggae. Mais do que uma mudança estética, essa escolha revela uma busca por identidade, ancestralidade e expressão política, alinhando sua arte com mensagens de resistência, amor e liberdade.
O reggae, gênero musical nascido na Jamaica e mundialmente reconhecido por sua força cultural e social, sempre esteve presente como influência na carreira de IZA. No entanto, agora ele assume protagonismo em sua obra. Segundo a artista, o reggae é um estilo que ela "namora há muito tempo" e que representa uma sonoridade democrática, capaz de dialogar com o R&B, o rap, o dancehall e o samba.
Essa versatilidade sonora é justamente o que permite à IZA explorar novas camadas de sua musicalidade, sem perder a essência que a tornou uma referência no pop nacional.
Caos e Sal, uma das faixas lançadas, tem uma história especial. Composição original de Rafa Chagas, artista admirado por IZA, a música foi presenteada à cantora há anos. Ela conta que, ao começar a idealizar o álbum com base no reggae, essa foi a primeira canção que veio à sua mente. A faixa carrega uma atmosfera densa e reflexiva, abordando temas como transformação, dor e esperança — elementos que dialogam diretamente com a proposta do gênero e com o momento pessoal da artista.
Já Tão Bonito apresenta uma faceta mais leve e intimista. Fruto da colaboração com Nave e Fejuca, parceiros de longa data, a música mistura reggae com afrobeat e R&B, criando uma sonoridade envolvente e sofisticada. IZA destaca que essa faixa representa bem a narrativa que deseja construir em seu novo álbum: uma jornada de reconexão com suas raízes africanas e com a espiritualidade que permeia a cultura afro-diaspórica.
IZA fala sobre o seu novo projeto em coletiva de imprensa
Durante uma recente coletiva de imprensa realizada em São Paulo, a cantora revelou que o projeto também é fruto de reflexões profundas vividas durante a maternidade. Ela mencionou sua conexão com Kemet — nome ancestral do Egito que significa "terra preta" — como uma inspiração simbólica para essa nova fase. O reggae, segundo ela, é um estilo que provoca, questiona e convida à consciência. Por isso, cantar esse gênero no palco é, para IZA, uma experiência de verdade e liberdade.
Além das influências jamaicanas, a artista também citou nomes brasileiros que a inspiraram, como O Rappa e Cidade Negra. Essas bandas, conhecidas por unir reggae com crítica social e poesia urbana, ajudaram a moldar o olhar de IZA sobre o papel da música como ferramenta de transformação. Ao se aproximar dessas referências, ela reafirma seu compromisso com uma arte que não apenas entretém, mas também educa e empodera.
O lançamento dos singles nas plataformas digitais marca o início de uma nova era para a cantora, que promete entregar um álbum completo com essa estética em breve. A expectativa dos fãs é alta, especialmente porque IZA sempre surpreende com produções de qualidade, letras impactantes e visuais marcantes. Se os primeiros singles são indicativos do que está por vir, o público pode esperar uma obra que une beleza, profundidade e inovação.
Em um cenário musical cada vez mais plural, a decisão de IZA de mergulhar no reggae representa não apenas uma escolha artística, mas também um posicionamento cultural. Ao valorizar ritmos de origem africana e caribenha, ela contribui para ampliar o espaço de vozes negras na indústria e reforça a importância da representatividade. Seu projeto é, portanto, uma celebração da diversidade e da força da música como linguagem universal.
Para quem busca entender melhor o novo momento da cantora, ouvir Caos e Sal e Tão Bonito é essencial. As faixas revelam não só a evolução de IZA como artista, mas também sua coragem em explorar territórios sonoros que dialogam com sua história, suas crenças e seu desejo de transformação.
O reggae, com sua batida envolvente e mensagem poderosa, parece ter encontrado nela uma intérprete à altura de sua tradição. E o público brasileiro, por sua vez, ganha uma obra que promete marcar época.
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