Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

'Glee': musical privilegia paixão a roteiro

1 jun 2010 - 18h50
Compartilhar

Alegre ao extremo, o fenômeno televisivo Glee livrou-se de seu roteiro e exibiu o repertório de karaokê de sua jovem trupe em Glee Live! na sexta-feira (28), iniciando três noites de apresentações com ingressos esgotados no Radio City Music Hall, que conclui uma turnê por quatro cidades.

Foto: Divulgação

Glee, a série de TV da Fox, é como um filme de John Hughes transformado em jukebox. O seriado acompanha as longas dificuldades e as pequenas vitórias do New Directions, um clube de coral cheio de alunos desajustados etnicamente ou sexualmente. Eles cantam e dançam sucessos do pop que, como cartões comemorativos, contam sucintamente o que os personagens estão sentindo. Enquanto isso, eles se fortalecem como grupo e aprendem a se orgulhar por serem diferentes, uma mensagem reitarada toda semana.

O elenco apresenta músicas astutamente escolhidas -rock, R&B, trilhas de show e pop dançante- e faz produzidas coreografias que beiram um clipe musical. Eles também têm uma lucrativa segunda vida nas listas pop, com frequência impulsionando as versões originais das músicas que interpretam. O show é uma extravagança de acampamento, um incentivo terapêutico e o paraíso de qualquer profissional de marketing.

Durante o show, Glee foi a estrela, não seus artistas individuais -pessoas sem acne na faixa dos 20 que interpretam os adolescentes. As músicas são apresentadas para lembrar o programa: colchão e pijamas para Jump, de Van Halen; as mesmas roupas de Lady Gaga que apareceram em 25 de maio em Bad Romance. Os membros do elenco eram chamados pelo nome de seus personagens, não os seus próprios, e a maioria dos solos era rapidamente absorvida pelo grupo.

Quando Lea Michele, que interpreta a ambiciosa Rachel, cantou Don¿t Rain on My Parade, do musical Funny Girl, com todo drama de Streisand, outros integrantes do elenco entraram em cena, desviando os gritos e aplausos. Como se lembrando a quem possa interessar que eles podem ser substituídos, o show também incluiu um segundo coro dançante, Vocal Adrenaline (rival do New Directions), que interpretou, como cantores de gospel, Like a Prayer, de Madonna.

Alguns integrantes do elenco de Glee são cantores totalmente desenvolvidos. Michele tem uma voz aguda, excelente e realizada; Chris Colfer, que interpreta Kurt, um gay amante de moda, também tem uma voz pura e igualmente aguda, que é subaproveitada no show. Seu dueto de Defying Gravity, de Wicked -num juramento para "confiar em meus instintos"-, foi a melhor apresentação em dupla.

Cory Monteith, que interpreta o jogador de futebol americano e bateirista Finn, tem uma voz ávida, mas fina. Mark Salling, como o malvado de moicano apelidado de Puck, exerce um barítono capaz, assim como Kevin McHale, que interpreta o cadeirante Artie. Naya Rivera, que interpreta a líder de torcida Santana, revelou brevemente outra voz forte durante um dueto com Amber Riley, cuja personagem Mecedes canta regularmente o clímax com a graça das notas altas do R&B. Jenna Ushkowitz, como Tina, irradiou em True Colors, de Cyndi Lauper, um dos muitos hinos de autorrespeito do show.

A apresentação de sexta-feira incluiu um extra. Na turnê, os dois adultos principais do show -Matthew Morrison como o professor do coral, Will Schuester, e Jane Lynche como sua rival Sue Sylvester- foram relegados ao vídeo. Mas no Radio City, eles também apareceram no palco. Morrison tocou um ukulele e cantou Over the Rainbow.

As canções do show estavam divididas igualmente em músicas sobre romance -de Push It, do Salt-n-Pepa, a Faithfully, do Journey- e músicas sobre valor interior, como Beautiful, de Christina Aguilera e Don't Stop Believin', do Journey. (O grupo Journey teve a pluralidade de créditos musicais, o elenco também apresentou Any Way You Want It.)

Independente da pessoa ou da letra, qualquer mal-estar estava banido. Tudo começava com um grande sorriso e, com frequência, um grupo de dança que juntava o elenco com caminhadas de atitude, chutes ou braços sacolejantes. Num momento em que musicais de rock estão tomando conta da Broadway, Glee insiste que, nesse universo de final feliz, a audácia da Broadway pode engolir o passado do rock.

The New York Times
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra