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Editora do Terra lembra encontro com Chorão: em minutos mudei de opinião

6 mar 2013 - 12h51
(atualizado às 15h01)
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A banda do Chorão nunca tocou no meu 'discman' – sim, na minha adolescência era esse o aparelhinho que tocava música –, nem nunca tive CDs do Charlie Brown Jr. Honestamente, eu muito desprezei a banda sem sequer conhecer o trabalho deles. Achava o Chorão marrento, brigão, chato mesmo. E essa impressão eu acabei levando para o trabalho dele. Mas foi em janeiro de 2011, em meio à cobertura de um festival de música, que descobri que aquele marrento, de camiseta larga e boné, era uma figura doce demais. Eu fiquei um pouco confusa, pois tinha de descontruir aquela imagem ruim que eu já havia tomado como verdade.

Quando ele entrou na sala de imprensa, um fim de tarde, falando alto e cumprimentando todo mundo, eu suspirei pensando: “chegou o chato e eu ainda tenho de ir lá chamá-lo para fazer um chat com os internautas". 

Levantei já de cara fechada, parei ao lado do Chorão e disparei a falar que ele precisava fazer um chat, que tinha de ser em alguns minutos, que eu não poderia esperar. Ele me olhou e começou a rir. Perguntou se estava tudo bem e por que eu estava com cara feia se estava cobrindo um festival de música, lugar de pura alegria. Ali ele começou a me desmontar, fiquei um pouco sem graça e disse que não era nada. Depois de falar com alguns jornalistas, Chorão se encostou na bancada a minha frente e – sempre rindo – disse que estava pronto pra começar o chat.

Chorão em show de 2010
Chorão em show de 2010
Foto: TV Globo / Divulgação

Nesta hora eu já estava um pouco mais relaxada com a presença do músico que havia se envolvido numa confusão com Marcelo Camelo tempos atrás. E ali estava o meu problema com Chorão, como tinha muito apreço pelo Camelo, tomei as dores. Pré-conceitos que deixam a gente com a visão turva. Passados 15 minutos, eu estava rindo com ele, falando alto como ele, me divertindo com as respostas que estava dando para os fãs no chat. Mudei completamente de opinião sobre o cara marrento em apenas 15 minutos. Eu estava vendo um jovem extremamente atencioso, tranquilo, educado, exatamente como uma amiga que cobriu esse mesmo festival um ano antes havia me dito. Ele deu umas aulas de skate para ela e a conquistou.

Na sala de imprensa ele ficou até começar o show, fez bagunça, tirou fotos com quem passou pelo espaço, e acabou com o meu teclado! Um copo cheio de refrigerante caiu da sua mão enquanto ele respondia, para que eu digitasse, uma das perguntas dos internautas e atingiu em cheio o teclado. O acidente foi motivo para uma piadinha sobre a marca do refrigerante e um novo teclado teve de ser instalado naquele computador. E mais risadas se espalharam pela sala. 

Depois de se apresentar, Chorão voltou para a sala de imprensa, e a recepção foi, certamente, menos bronca. Por ali ficou, atendeu fãs e jornalistas, criticou a mistura de estilos do festival, sem papas na língua, bem ao seu estilo. 

O mais legal disso tudo é que quando contei o motivo de estar de cara amarrada quando o chamei para o chat, ele adorou a história e brincou muito com a situação. Hoje de manhã, no caminho para o trabalho, escutei no rádio sobre a morte de Chorão. Esse dia veio imediatamente à minha memória. Eu sorri, lembrando dele. Para completar, um amigo postou várias fotos do momento do chat, que ilustram o nosso dia juntos.

* Alexandra Zanela, editora-executiva de Notícias do Terra

Fonte: Terra
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